São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Árvores estão estressadas

DA REPORTAGEM LOCAL

As árvores paulistanas sofrem do mesmo mal vivido pelos cidadãos dos grandes centros urbanos: o estresse.
Assim como o organismo humano, os vegetais também sofrem com a poluição excessiva, o barulho e outras agressões externas.
As folhas ficam amareladas, alguns galhos caem e o padrão de crescimento se altera, diminuindo o tamanho da planta.
"A fuligem expelida pelos escapamentos dos carros é um dos principais fatores do estresse vegetal", diz a professora do departamento de botânica da USP (Universidade de São Paulo), Eny Segal Flow, 41.
Segundo ela, os poluentes "cobrem" a superfície das folhas, dificultando as trocas gasosas.
"Diminui a absorção de oxigênio, alterando a 'respiração' e podendo levar a planta à morte".
No inverno, as plantas sofrem com a falta de água, o "estresse hídrico". Nesta época, muitos vegetais adotam um mecanismo conhecido como "dormência".
"As plantas parecem mortas, mas só reduziram seu metabolismo. Quando voltar a chover, elas voltam a florir", diz a bióloga.
23 de Maio
O gerente de manutenção da Via Verde, Marcos de Souza, 33, afirma que parte das mortes das árvores na 23 de Maio tem origem no estresse gerado pelos veículos. "As plantas são submetidas ao barulho, à fuligem e a uma vibração excessiva do solo".

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