São Paulo, domingo, 22 de setembro de 1996
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Desencontros

SÍLVIO LANCELLOTTI

Dificilmente a Copa de 2002 será compartilhada pela Coréia do Sul e pelo Japão.
Manifestou esse sentimento, nesta última semana, o suíço Joseph Blatter, secretário da Fifa e integrante, com o italiano Antonio Matarrese e o mexicano Guillermo Cañedo, do grupo especial que a entidade montou na tentativa de coordenar os dois comitês de organização.
Para alguns amigos, Blatter desabafou que não aguenta mais a intolerância dos cartolas dos dois países, incapazes até mesmo de concordarem com uma data de reunião.
"Em vez de cooperarem, de procurarem uma linha comum, ambos parecem felizes em adotar posturas nitidamente opostas", afirma.
O Japão, de fato, quer aumentar para 40 seleções e para 64 partidas o tamanho do torneio. A Coréia do Sul, do seu lado, somente se dispõe a fornecer cinco cidades-sedes, quando o regulamento prevê dez.
Um outro grave complicador surge da confederação da Ásia.
O continente ostentará três vagas no certame, e suas nações filiadas não admitem que a Coréia do Sul e o Japão fiquem com duas sem disputar as eliminatórias.
"Faz quase quatro meses, desde o dia 31 de maio, que nós tentamos colocar os dirigentes da Coréia do Sul e do Japão numa mesa de trabalho", lastima-se Sepp Blatter.
"Até hoje, foi absolutamente impossível congregá-los."
Piorou a situação da Coréia o recente episódio do suposto morticínio de espiões do Norte em invasão do Sul.
O secretário da Fifa teme que a instabilidade política da região se torne mais ebuliente nos próximos meses.
"Espero que algum representante da Coréia do Sul ou do Japão se mostre vivo no encontro que a Fifa realizará em Zurique, Suíça, no dia 6 de novembro", ameaça Blatter.
"Uma data limite. Depois dela, eu não garanto mais nada."

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