São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996![]() |
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Órgão investigava políticos PMDB quer apurar espionagem na PM DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O PMDB tentará criar esta semana uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara Legislativa do Distrito Federal para investigar denúncias de espionagem política feita pela Polícia Militar.O líder do partido, Luiz Estevão, já conseguiu as assinaturas necessárias (13) para a abertura da comissão, que depende agora de apoio político para ser instalada. Na sexta-feira, o governo do Distrito Federal exonerou 76 dos 130 agentes do Serviço de Informações Reservadas da Polícia Militar, conhecido como PM-2, que espionavam sem-terra, sindicatos, parlamentares, encontros estudantis, a Polícia Civil e até membros do próprio governo. Segundo reportagem do jornal "Correio Braziliense", o PM-2 fazia espionagem política nos moldes do extinto SNI (Serviço Nacional de Informações), vinculado à Presidência da República. Ontem, a governadora interina do Distrito Federal, Arlete Sampaio, afirmou que o governo desconhecia o trabalho desenvolvido pelo PM-2 e que nunca recebeu qualquer relatório do órgão. O governador Cristovam Buarque estava no Chile e chega hoje a Brasília. Só após reunião com parlamentares e secretários de governo é que será decidido se o PT apoiará a criação da CPI. "Precisamos ter certeza de que a CPI não será usada apenas para atacar o governo. O que queremos é uma investigação profunda para descobrir quem era responsável pelas investigações", diz ela. Sampaio disse que acha "suspeito" que os relatórios do PM-2 tenham vazado para a imprensa logo após o governo ter substituído um militar por um civil na Secretaria de Segurança Pública. O advogado Roberto Aguiar assumiu a SSP há cerca de um mês. Segundo ele, todo o material produzido pelo PM-2 será remetido ao Arquivo Público. Nota da PM O Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal divulgou ontem nota na qual afirma que o comandante da corporação, coronel Túlio Cabral, tinha conhecimento das atividades do PM-2. Segundo a nota, Cabral está fugindo à responsabilidade quando dá a entender que o chefe do serviço de inteligência da PM, major Sérgio Augusto Puhle, agia à revelia do comando-geral. Cabral negou que soubesse da espionagem. Texto Anterior: FHC discute reeleição com petista Índice |
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