São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Só metade dos eleitores paulistanos sabe usar sistema do voto eletrônico

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

A dez dias da eleição, o paulistano que já definiu seu voto para prefeito (93%) ainda sente dificuldade para acertar sua opção na máquina eletrônica de votar.
Apenas 53% desses eleitores (com intenção de voto firmada) conseguiram digitar corretamente o número de seu candidato em simulação feita pelo Datafolha. Foram entrevistadas 1.731 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Após revelar sua intenção de voto, o eleitor era convidado a digitar -em cartão que simulava o teclado do computador de voto- o número de seu candidato.
Embora os partidos e a Justiça Eleitoral venham tentando explicar na TV como funciona o voto eletrônico, a pesquisa apontou que o desempenho do eleitor ainda depende de mais informação.
Os eleitores de Celso Pitta (PPB) são os que obtêm melhor performance diante da novidade. A grande maioria (71%) acertou ao digitar o número do malufista -11, mais fácil de lembrar.
Entre os eleitores que já optaram por Luiza Erundina (PT), 58% digitaram certo o número 13.
A pesquisa revelou ainda que, entre os petistas, 10% digitaram o número errado (ou de outro candidato), 6% anularam ou votaram em branco, 12% não sabem o número da candidata e 14% não sabem como votar.
José Serra (PSDB) recebe votos certos de 45% de seus eleitores. O índice dos que erram seu número supera os de Pitta e Erundina: 15%.
No eleitorado tucano, 12% anularam o voto (ou votaram em branco na intenção de elegê-lo), 15% não sabem que o número de Serra é 45 e 12% não sabem votar.
Entre os quatro candidatos com melhor desempenho nas pesquisas até agora, Francisco Rossi (PDT) é o que mais pode sofrer perdas.
Só 39% dos seus eleitores acertaram o voto; 18% erraram; e 9% anularam ou votaram em branco. Outros 17% admitiram não saber o número de Rossi (12) e outros 17% ignoram o sistema de votação.
A facilidade de lidar com o voto eletrônico é maior, como era de se esperar, entre o eleitor jovem e com maior grau de escolaridade.

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