São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Anunciante 'compra' estádio nos EUA

CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos últimos dois anos, 30 estádios esportivos nos Estados Unidos trocaram de nome. A mudança não foi feita para homenagear algum esportista ou celebridade.
Os nomes dos estádios foram "vendidos" para empresas, como a Pepsi-Cola ou General Motors. Em alguns casos, o preço chegou a US$ 60 milhões.
Além de poder rebatizar o estádio com sua marca, as empresas também negociaram outros direitos, como o do uso das placas em torno do campo, a distribuição de panfletos para os espectadores etc.
Esse é um exemplo de como os anunciantes estão usando diferentes formas de comunicação com seu público, citado por Joe Cappo, publisher da "Advertising Age", a mais respeitada revista sobre publicidade dos EUA.
Participando de um seminário na semana passada em São Paulo, Cappo disse que muitas agências de propaganda ainda precisam se adaptar às mudanças do mercado publicitário, em que se exige a combinação do uso das mídias tradicionais com novos veículos.
Internet
Ele também entrou na polêmica sobre as possibilidades -ou não- de se utilizar comercialmente a Internet. Cappo se coloca no time dos que já estão investindo na Internet.
Ele disse que a "Advertising Age" está mais internacional do que nunca: a cada semana, 700 usuários de 55 países, em média, acessam sua página na Internet.
O sucesso é tão grande que agora a revista vai criar "sites" regionais em diferentes línguas para atingir públicos mais específicos.
No mesmo seminário, Matt Jacobson, vice-presidente de uma das empresas que compõem a News Co., relatou uma série de iniciativas na tentativa de acelerar o uso comercial da Internet. Inovações tecnológicas e tentativas de criação de "programas" na Internet são alguns exemplos.
Nos EUA, acrescentou, a cada mês "talvez dezenas" de pequenas agências de propaganda são fundadas apenas para tentar viabilizar negócios na Internet.
Já Michael Bloomberg, criador e principal executivo da agência de informações econômicas on line que leva seu nome, disse que a grande maioria das pessoas prefere -e vai continuar preferindo- a televisão em vez da Internet, pela comodidade da TV.
O "público" que usa a Internet seria tão pequeno que não justificaria investimentos pesados para sua utilização comercial, disse.
Bloomberg resumiu a controvérsia com uma frase: "Internet é como religião: você acredita ou não".

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