São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Musculação no Japão

CIDA SANTOS

Um torneio curto e uma grana boa. Esses são os atrativos do Campeonato Japonês masculino de vôlei, que começa a dar os primeiros passos rumo ao profissionalismo.
E, neste ano, os jogadores do Brasil estão em alta por lá. Dos 16 estrangeiros que irão atuar na divisão principal, 7 são brasileiros.
O atacante Eduardo Pezão é o mais experiente do grupo que vai para o Japão. Na temporada passada, foi campeão pelo NEC e ainda ganhou o título de melhor jogador.
Os outros são debutantes. Pampa e Nei vão jogar na Nec-He; Dentinho e Toaldo, no Nippon Steal; Allan e Levi devem ir para o Panasonic.
A competição dura pouco mais de três meses: vai de dezembro até o início de março. Pouco tempo se comparado com a Superliga Nacional e o Campeonato Italiano, que vão ter uma média de sete meses de disputa. Os principais jogadores chegam a receber US$ 250 mil pela temporada.
Os estrangeiros e as estrelas da seleção japonesa ganham bem. Mas a grande maioria joga e também trabalha como funcionário das empresas donas dos times. O contrato prioriza a estabilidade: uma média de US$ 3.000 de salário, garantido até os 50 anos. A partir daí, ganham aposentadoria.
A carga de trabalho também é pequena: duas horas diárias de treino. Para alguém como Pezão, que já chegou a treinar três vezes por dia no Suzano, é nada. A parte física fica por conta do atleta. Os técnicos não gostam que eles façam musculação. Dizem que tira a maleabilidade do jogador na defesa.
Pezão conta que fazia musculação escondido. Quando terminou o último campeonato e o NEC conquistou o título, o brasileiro, que encantou os japoneses com a força de seu ataque, resolveu contar o segredo para o treinador. E abriu um precedente: nesta temporada, foi liberado para fazer musculação.

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