São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996 |
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Juros variam de 4% a 8,10% ao mês
GABRIEL J. DE CARVALHO
As taxas de juros mais elevadas continuam sendo cobradas pelo uso do cheque especial. A média nos 12 bancos era de 9,91% no dia 10, contra 10,05% no mês anterior e 12,58% em setembro de 1995. No cheque especial, as menores taxas eram as do Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Excel Econômico, de 8%, e a maior, a do Unibanco (14,30% ao mês ou 397,23% ao ano). O Procon-SP lembra que as taxas pesquisadas são as máximas praticadas em cada banco, por tipo de crédito. Dependendo do cliente e da conta elas podem ser mais baixas, da mesma forma que ocorre com as tarifas bancárias. Os empréstimos pessoais (sem vinculação à compra de bens) tinham juro médio de 6,09% ao mês, pouco acima dos 6,05% em agosto. Em setembro de 1995 a média era de 8,66%. Nesse tipo de crédito, segundo o Procon-SP, os bancos Real e Safra cobravam 4% ao mês, e o Banespa, mais que o dobro: 8,10%. As taxas podem ter tido alteração do dia 10 para cá. O Bradesco, por exemplo, anunciou no dia 16 que estava reduzindo o juro do empréstimo pessoal para 6% ao mês, o do crédito ao consumidor para 4% (ou 2% mais TR nas operações pós-fixadas), e o do cheque especial, para 7% ao mês. Compra de bens Os juros mais baixos são cobrados pelos bancos no crédito direto ao consumidor em que o empréstimo é vinculado à compra de um bem, como televisores, geladeiras e móveis. A média de 12 bancos estava em 5,23% no último dia 10, contra 5,50% em agosto e 8,33% há um ano. Nesse segmento, a taxa mais baixa foi a do Itaú (4%), e a mais alta, a do Banespa (6,20%). Pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) realizada em agosto, em cima de anúncios de lojas veiculados em jornais, mostra médias mais elevadas: 10,5% em todo o comércio e 7,54% nas grandes redes. Spread alto Os juros cobrados de consumidores se mantêm bem acima da taxa básica de juros (referência para aplicações), que está no patamar de 1,9% ao mês (25,34% ao ano). Os bancos justificam a diferença, entre outros motivos, pelo fato de muitos serviços ainda não estarem sendo cobrados dos clientes. Também colocam a culpa nos compulsórios (parte do dinheiro captado do público é recolhida ao Banco Central) e nos tributos diretos e indiretos, além dos custos operacionais e da taxa de risco embutida nos empréstimos como prevenção contra a inadimplência. Os créditos em atraso nos bancos privados, entretanto, caíram de R$ 3,19 bilhões em dezembro de 95 para R$ 2,46 bilhões em julho passado, informa o último boletim de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda. Próximo Texto: Juros variam de 4% a 8,10% ao mês Índice |
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