São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Samper promete apoiar volta das extradições na Colômbia

Presidente pede tribunal internacional contra traficantes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente da Colômbia, Ernesto Samper, anunciou ontem que vai apoiar a extradição de traficantes de seu país. A posição seria divulgada em uma nota logo após o discurso de Samper na Assembléia Geral da ONU, que ocorreu na tarde de ontem em Nova York.
A Constituição da Colômbia proíbe as extradições, o que irrita o governo norte-americano. O comunicado de Samper, segundo a rádio Caracol, de Bogotá, diz que "a Colômbia aceita a utilidade da extradição multilateral".
Durante o discurso, ele propôs a criação de um tribunal internacional contra o narcotráfico.
Os EUA consideram que traficantes que exportam drogas para o país cometem um crime contra americanos e devem ser extraditados. A Colômbia é o maior fornecedor mundial de cocaína.
A proposta de restabelecer a extradição foi feita no Congresso por um parlamentar do partido do governo, o Liberal. O apoio de Samper à idéia parece ser uma tentativa de diminuir as restrições dos EUA à política antitráfico da Colômbia.
A nota de Samper aumenta a chance de aprovação da emenda, mas não a garante. Pesquisas recentes mostram que a maioria dos colombianos se opõe à retomada das extradições.
Em junho, o governo dos EUA pediu a extradição dos dois principais líderes do cartel de Cali, os irmãos Gilberto e Miguel Rodríguez Orejuela, com base em um tratado de extradição de 1979.
O governo respondeu que a reforma constitucional de 1991 havia invalidado aquele tratado. Ela foi feita após campanha terrorista do grupo de traficantes denominado "os extraditáveis".

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