São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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FHC diz que só 'beócio' cede a pressão para mudar a política econômica

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dez dias das eleições municipais e em plena campanha pela aprovação da reeleição no Congresso, o presidente Fernando Henrique Cardoso utilizou uma cerimônia no Palácio do Planalto para passar a imagem de cumpridor de promessas de campanha.
FHC enumerou sete projetos que realizou, prometeu mais empregos e um recorde de produção na próxima safra agrícola.
"O pior cego é o que não quer ver. Infelizmente, há muitos que são cegos por opção e que dizem coisas que não correspondem ao que está acontecendo", afirmou.
Logo após a assinatura de contrato entre o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Companhia Docas do Rio de Janeiro, no valor de R$ 150 milhões, para o início das obras no porto de Sepetiba, Fernando Henrique iniciou seu discurso lembrando que essa obra era uma promessa de campanha.
Durante toda a solenidade, enalteceu o Rio e chamou a cidade de "farol" e "refletor do Brasil".
FHC enumerou algumas de suas realizações dos últimos dias. Citou o projeto de gás do Urucu (Amazônia), a liberação de financiamento internacional para a BR-174 (Manaus-Roraima), a emenda constitucional que dá mais verbas para o ensino fundamental e o pólo gás químico (Rio).
Ele disse que não cederá na política de estabilização econômica por pressão política. "Só se o presidente fosse beócio (ignorante)."
Alencar
Durante seu discurso na solenidade de liberação de recursos, o governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), defendeu um mandato "redobrado" para FHC.
"Desejo dizer-lhe que, com o tempo suficiente, presidente, não em curtos prazos (...), mas com o tempo redobrado desse mandato, possa ensejar consolidação de um momento feliz que vive a nação em ver uma luz no fundo desse poço em que muitas das vezes nos sentimos no passado recente", disse.
Ele foi ontem pela terceira vez em menos de 20 dias ao Planalto.
Ao final da cerimônia, abordado pelos jornalistas, FHC afirmou que não notou que Alencar havia falado em reeleição. "Eu não ouvi. Só se foram vocês que ouviram."
Alencar atacou o presidente o PDT, Leonel Brizola, contrário ao eventual apoio aos tucanos no segundo turno das eleições cariocas.

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