São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Ministro limita alternativa a vestibular

GABRIELA WOLTHERS
COORDENADORA DE POLÍTICA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse ontem que nenhuma universidade brasileira poderá selecionar todos os seus alunos por meio da chamada "avaliação seriada".
Essa avaliação está surgindo como uma alternativa ao vestibular -o aluno faria três provas nos três anos do 2º grau. Quem conseguisse as melhores médias entraria na universidade sem necessidade de prestar vestibular.
Para ele, a "avaliação seriada" não pode ser usada para preencher todas as vagas porque privaria alunos de outros Estados da possibilidade de competição.
"Temos de assegurar o direito de o aluno disputar uma vaga na universidade que escolher, seja em que Estado for", disse o ministro.
Um exemplo positivo apontado pelo ministro é a UnB (Universidade de Brasília), que aplicará, no final do ano, a primeira prova do Programa de Avaliação Seriada.
A UnB reservou 30% das vagas para essa seleção. As demais continuarão a ser preenchidas por meio do vestibular.
Teste nacional
A idéia do ministro é dar várias opções para as universidades escolherem como selecionarão alunos.
Além da "avaliação seriada", o ministério estuda, por exemplo, a criação de um teste nacional.
O formato do teste ainda não foi fechado pelo ministério, mas tem como base o SAT (Scholastic Aptitude Test, teste de aptidão acadêmica) dos Estados Unidos. Quanto mais concorrida for a universidade, melhor tem de ser o desempenho do aluno na prova.
Segundo Paulo Renato, essa prova seria opcional para o aluno, e cada universidade teria o poder de decidir que critérios utilizaria para preenchimento de suas vagas.
O ministro disse que a idéia do ministério é que o Conselho Nacional de Educação elabore as regras básicas para as alternativas ao vestibular, mas as universidades teriam liberdade para adaptar essas regras aos seus objetivos.
Unesco
O ministro divulgou ontem o "Relatório Nacional do Brasil", que apresentará, na próxima segunda-feira, na reunião da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), em Genebra.
O relatório mostra, por exemplo, que, em 1971, o Brasil tinha apenas 1,19 milhão de alunos matriculados no ensino médio (2º grau). Em 1994, esse número chegou a 5,07 milhões.
Para Paulo Renato, o dado demonstra que o Brasil melhorou, mas que ainda precisa avançar muito. "O ideal seria que pelo menos 10 milhões de alunos estivessem cursando o 2º grau", disse.

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