São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Organizadas e FPF trocam ameaças

Reunião termina em impasse

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Fracassou a tentativa de acordo entre as torcidas organizadas e a Federação Paulista de Futebol. Uma reunião realizada entre as partes, ontem, em São Paulo, terminou em troca de ameaças.
Participaram do encontro, na sede da entidade, Marco Pólo Del Nero, presidente do Tribunal de Justiça Desportiva, o capitão Carlos Botelho, do 2º Batalhão de Choque da PM, e o promotor da Cidadania Fernando Capez.
As uniformizadas foram representadas por Cosme Damião Freitas Cid, presidente da Associação das Torcidas Organizadas do Estado de São Paulo, Paulo Romano, o Jamelão, da Gaviões da Fiel, e Cláudio Romero, da Camisa 12, as duas organizadas corintianas.
A reunião foi requisitada pela Atoesp para pleitear a volta das organizadas aos estádios paulistas, os quais estão proibidas de frequentar há mais de um ano por força de portaria da FPF.
A norma impede a entrada nos estádios do Estado de pessoas trajando ou portando qualquer elemento de identificação com torcidas uniformizadas.
Após cerca de duas horas de discussão e diante da negativa da FPF, os representantes das organizadas encerraram a reunião.
"A partir de agora, toda a responsabilidade é da Federação. Organizada acabou", disse Cid, sobre a possibilidade de a violência voltar aos estádios.
"A Gaviões não vai mais se responsabilizar por nada. Vou pedir para os sócios irem ao estádio com a camisa oficial do Corinthians. Se houver atos de vandalismo, que façam o mesmo que fizeram com as organizadas, fechem o clube", acrescentou Jamelão.
Em resposta, Del Nero afirmou que as consequências sobre qualquer ato violento da torcida recairão sobre os clubes, com perda de pontos e do mando de jogos.
Em seguida, Botelho lembrou que a PM estará de prontidão para agir em caso de necessidade.
"Acho que houve uma ameaça de que a violência vai voltar. Mas não vai, porque vamos tomar providências para evitá-la", disse o representante do Ministério Público.
"Será que nós nunca fizemos nada de bom? Quem acabou com a porra da violência fomos nós, não eles. Eles só usaram a caneta para assinar uma portaria injusta", rebateu, chorando, Cid.

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