São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Babaca!

THALES DE MENEZES

É lamentável que esta coluna ainda precise falar do cômico confronto entre Brasil e Áustria pela Copa Davis. É bom comemorar a classificação brasileira para o Grupo Mundial, mas a atitude de Muster & Cia. merece mais comentários.
Há tempos que o tênis vem sofrendo com a falta de estrelas carismáticas, jogadores que realmente empolguem a platéia. Thomas Muster já chegou perto disso. Joga uma barbaridade, é irreverente, falastrão, dá show na quadra.
E também é um babaca, como fez questão de provar na quadra do Transamérica.
Ameaça de morte? Falta de segurança? Ora, Muster já passou por situações muito mais "inseguras" no tênis e sabe muito bem disso.
Na verdade, a atitude da equipe austríaca nasceu da contusão de Gilbert Schaller. As opções de banco eram tenistas medíocres. No entanto, Muster achou que sua raquete bastaria para garantir a vaga.
Percebendo que seus colegas não tinham chances de bater os brasileiros, Muster jogou todas as fichas no jogo de duplas.
Aí ele caiu na real: a dupla Oncins/Kuerten estava bem entrosada, e o moleque austríaco que jogava a seu lado não dava nem para o gasto.
Jogo perdido, muito sol na cabeça, a tristeza de disputar a segunda divisão da Davis: foi demais para Muster. No aspecto psicológico, mostrou a solidez de uma gelatina.
Daí surgiram as bobagens ditas pelos austríacos, a história da "ameaça de morte" e paranóias desse tipo.
A Áustria nada mais é do que um time que mostrou total dependência de Muster. Como ele não aguentou o rojão, o mundo dos austríacos caiu.
Resta agora torcer para que o Brasil pegue um adversário fraco na primeira rodada do Grupo Mundial no ano que vem.
Poderia ser o México ou a Índia. Se o Brasil ganhar, evita o sufoco da repescagem.

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