São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Corinthians paga o dobro para Nelsinho

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nelsinho Batista, 45, chega hoje a São Paulo e assina contrato de dez meses para dirigir o Corinthians.
O treinador, que deixou o Inter-RS anteontem, será apresentado à tarde aos jogadores do time.
É a terceira vez que Nelsinho dirige a equipe paulista. Na primeira oportunidade, em 1990, levou o Corinthians ao título brasileiro. Na segunda, entre 1992 e 1993, não obteve sucesso.
O novo técnico receberá R$ 60 mil por mês, o dobro do salário pago a Valdyr Espinosa, demitido anteontem. Eduardo Amorim, que comandou o time até maio, ganhava R$ 50 mil mensais.
Flávio Trevisan, que trabalhava com Nelsinho no Inter, será o novo preparador físico do Corinthians. Os dois foram proibidos pela diretoria do time gaúcho de se despedir dos jogadores.
Para o lugar de Nelsinho, o Inter pode chamar Mário Sérgio.
As farpas
Valdyr Espinosa, demitido por telefone anteontem à noite, deixou o clube criticando a diretoria.
"Fiquei perplexo com a demissão. Quem comanda tem que saber falar na cara, olho no olho."
Segundo Espinosa, as críticas que fez à diretoria por não contratar um novo atacante e que levaram à sua demissão também são feitas pela torcida.
"Todo corintiano está protestando. A diretoria vai demitir a torcida?", perguntou.
"Quando cheguei, recebi carta branca, mas precisava de cheque em branco. Carta branca sem dinheiro é o mesmo que nada."
José Mansur, vice-presidente de futebol, rebateu as acusações de Espinosa. "Ele que não teve coragem de nos criticar cara a cara e ficou reclamando pela imprensa."
O dirigente lembrou ainda que o técnico desrespeitou a "cartilha de comportamento" que havia sido feita pelo próprio Espinosa. "Não podiam criticar publicamente a diretoria do clube."
O atacante
José Mansur não quer mais discutir a vinda ou não de um novo atacante para o clube. "Não vou mais ficar especulando."
O dirigente afirmou que há falta de atacantes no mercado. "Tanto é verdade que o Valencia buscou o Romário, que já tem 30 anos."
Outro ponto de discórdia entre Espinosa e Mansur foi a respeito das contratações dos atacantes Alcindo, Tiba e Alex Rossi, indicados pelo treinador.
"Trouxe quem ele pediu e só não contratei o Jardel porque o Espinosa vetou", disse Mansur. "Ele não pode reclamar."
A versão do treinador, no entanto, é outra. "Indiquei Tiba, Alcindo e Alex Rossi porque a lista que a diretoria me apresentou era risível", disse.

Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre

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