São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996 |
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Falta de dinheiro pode impedir mostra
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
"The End of the Century" (O Fim do Século) vai ser mostrada em apenas cinco cidades do mundo. Abre em Tóquio, em 1998, como parte da inauguração do Museu de Arte Metropolitana. Depois, segue para a Cidade do México, Los Angeles e, em 2000, Berlim. A parada em São Paulo está programada para maio, junho e julho de 1999, antes de Los Angeles. Mas o diretor da Bienal, Edemar Cid Ferreira, está na dúvida se aceita a proposta. Ele teme não poder se comprometer em arrumar os U$ 450 mil necessários. A Ford Motor Company havia concordado em arcar com esses custos. Mas, depois, deu indicações de que iria desistir do projeto. Os organizadores da mostra precisam de uma resposta em breve porque muitas outras cidades estão pressionando para serem incluídas no roteiro da mostra. Contribuição A preferência por São Paulo se deve, entre outros motivos, à importância da contribuição de arquitetos brasileiros para a evolução da arquitetura moderna. A Embaixada do Brasil em Washington ajudou a convencer Koshalek e seus colegas de que a mostra terá grande visibilidade no subcontinente da América do Sul se aparecer no Pavilhão da Bienal. Para São Paulo e para o Brasil, a importância de sediar a mostra também é grande. Isso ajudará a demonstrar que o país pode ser incluído no roteiro das grandes exposições internacionais. Koshalek também vai discutir com artistas e autoridades do setor cultural do governo a participação brasileira em projeto de pesquisa e exibições de arte latino-americana desenvolvido por seu museu junto com o MoMA de Nova York e o Instituto de Arte de Chicago. Pesquisa O programa pretende promover exposições, simpósios e publicações sobre arte da América Latina nos EUA. A primeira presença brasileira é a de Rosângela Rennó, que expõe no Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles. Nos próximos três anos, uma equipe de curadores dos três museus estará pesquisando a arte de México, Chile, Colômbia e Brasil. A informação compilada será publicada em livros e discutida em simpósios e conferências. Os curadores do projeto são Alma Ruiz (de Los Angeles), Madeleine Grynsztejn (de Chicago), Lilian Tone (de Nova York). Dois curadores latino-americanos também serão contratados. A visita de Koshalek vai incluir Brasília, Rio, Niterói e Curitiba. Perspectivas A idéia da exibição que pode vir a São Paulo é aproveitar o fim do século para examinar como a arquitetura e o urbanismo se desenvolveram a partir de 1901 e avaliar suas perspectivas. Ela pretende se diferenciar da maioria das histórias da arquitetura no século 20 por não limitar a análise ao modernismo. O pós-modernismo como impulso intelectual para a arquitetura é um dos pontos centrais no planejamento de "End of the Century". Além disso, a exibição vai considerar o século 20 como uma época de desenvolvimentos concorrentes e por vezes contraditórios entre si. Além de uma seção introdutória com fotos de cidades tiradas no início e no final do século, a mostra se comporá de 21 tópicos, organizados em ordem cronológica. Fotos, maquetes, slides, vídeos, CD-ROMs, discos-laser serão alguns dos meios utilizados para mostrar o desenvolvimento arquitetônico e urbanístico do século. Diversos seminários e conferências, além de um abrangente catálogo, também estão programados. Texto Anterior: Descubra "Boda Branca" Próximo Texto: Bienal tem interesse Índice |
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