São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996 |
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'Jogo da Verdade' é superficial
MARILENE FELINTO
As estrelas são Kathleen Turner ("A Honra do Poderoso Prizzi", "Tudo por uma Esmeralda"), Whoopi Goldberg ("Ghost", "A Cor Púrpura") e Elizabeth Perkins ("Sobre Ontem à Noite...", "Quero Ser Grande"). Isso para não falar do astro de rock Jon Bon Jovi, que interpreta o homem ideal do filme. O tema da história: o que acontece com (e como se aproximam umas das outras) mulheres que perderam seus homens. Tudo gira em torno do drama de Rebecca (Elizabeth Perkins), cujo marido é atropelado e morto certa manhã, enquanto fazia cooper pelo bairro onde morava. Superficialidade O súbito desaparecimento do marido une as mulheres em volta de Rebecca: a melhor amiga que está se divorciando (Whoopi Goldberg), a ex-madrasta cuidadosa (Kathleen Turner) e a irmã mais nova e virgem (Gwyneth Paltrow, de "Seven"). Haveria conflito para todo tipo de personalidade, haveria interesse para todo tipo de situação de mulheres sem homens, não fosse a superficialidade com que a trama se desenrola. O defeito está na construção das personagens, que não apresentam dimensão dramática, nenhuma mobilidade ou desenvoltura. São tão ralas que sequer atingem o estereótipo que se poderia esperar delas: a viúva, a casada, a divorciada, a solteira e virgem. A direção de David Anspaugh (de "Momentos Decisivos" e "Miami Vice") está mais para seriado de televisão, e não contribui em nada para salvar esse desperdício de estrelas. Então o filme se perde entre discutir a condição da mulher nos seus relacionamentos com os homens e com outras mulheres e não fazer nada. Ou melhor, entre uma coisa e a enumeração de bobagens simpáticas, como a lista dos atributos do homem perfeito: "humor, sabedoria, compaixão e lindas mãos". Vídeo: O Jogo da Verdade Produção: EUA, 105 min. Direção: David Anspaugh Elenco: Elizabeth Perkins, Kathleen Turner, Whoopi Goldberg Lançamento: Top Tape Tel. (011) 826-3066 Texto Anterior: 'Nós que Nos Amávamos...' exuma esquerda italiana Próximo Texto: "Sai de Baixo" é rito de imposição totalitária Índice |
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