São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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FHC volta a dar apoio público a Serra

RICARDO AMORIM
WILLIAM FRANÇA

RICARDO AMORIM; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em cerimônia no Planalto, presidente diz confiar que candidato tucano irá disputar o 2º turno

Faltando oito dias para o primeiro turno, o presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou cerimônia ontem no Palácio do Planalto para tentar alavancar a candidatura de José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo.
Depois de acionar, via satélite, o quarto gerador da hidrelétrica de Xingó (Alagoas/Sergipe), FHC elogiou o candidato tucano, terceiro na disputa paulistana.
FHC disse estar confiante na passagem de Serra ao segundo turno. Numa referência ao candidato do PPB, Celso Pitta, líder nas pesquisas, o presidente lembrou ter perdido a eleição para prefeito de São Paulo em 1985, apesar de ter liderado as sondagens.
"Eu vou com muita fé, com muita confiança. Eu acho que o povo de São Paulo, na hora de escolher, vai pensar quem é o melhor. Na minha opinião, o melhor é o Serra", disse.
Segundo pesquisa Datafolha publicada ontem, Serra tem 16%, atrás de Pitta (37%) e da petista Luiza Erundina (22%).
O presidente evitou críticas aos adversários de seu ex-ministro do Planejamento. "Eu não falo mal de nenhum outro candidato. Até porque eu sou apoiado por muitos partidos", afirmou.
O ministro Sérgio Motta (Comunicações) aproveitou para mandar recados aos eleitores. A uma câmera de TV, disse: "Senhor telespectador, se o senhor quer eleger o Pitta, vote na Erundina".
"Temos que levar o Serra para o segundo turno. Porque o Serra vai ter condições de confrontar sua proposta com a de Pitta e ganhar a eleição no segundo turno", disse.
Reeleição
Além do pleito municipal, o assunto preferido após a cerimônia foi reeleição.
Sobre a discussão da emenda, FHC disse que é uma questão do Congresso e que vai seguir o que a Casa decidir.
"É uma questão de opinião. Uns acham que a reeleição é boa para a democracia, porque permite ao povo julgar outra vez o presidente. Outros acham que não."
Motta voltou a dizer que os membros do governo não se envolverão no debate da emenda. "Nós não temos nenhum apego ao poder."

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