São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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FHC fará megacampanha para reeleição

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo lançará no final do ano uma megacampanha de publicidade, custeada em parte pela Petrobrás. O objetivo principal é melhorar a imagem da administração do presidente Fernando Henrique Cardoso e conseguir a aprovação da emenda da reeleição.
O custo estimado da campanha está entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. A veiculação dos comerciais de TV será a partir de novembro.
A campanha deve se estender até que a votação da emenda da reeleição esteja concluída no Congresso, o que pode ocorrer durante o primeiro semestre de 97.
A veiculação dos comerciais de TV também deve coincidir com o reaquecimento da economia -as empresas estarão vendendo mais e a inflação deve continuar baixa.
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, nega que a campanha seja voltada para a reeleição. "Estamos preparando isso há mais de três meses", afirma.
A campanha será dividida em duas partes. São elas:
1) Comercial de um minuto - será veiculado algumas vezes durante a semana. A cada semana haverá um novo. Mostrará obras e feitos do governo, como merenda escolar, vacinação etc.
Esse tipo de comercial de TV será pago pelos órgãos respectivos. Por exemplo, um filme sobre recuperação de rodovias deverá ser pago pelo Ministério dos Transportes.
2) Gente que faz - será um comercial de dois minutos de duração, no mesmo formato do que é realizado pelo Banco Bamerindus. Deve ser veiculado apenas uma vez por semana, em horário nobre.
A idéia é mostrar algum personagem que tenha sido beneficiado de alguma forma por ações do governo FHC. Podem ser professores, microempresários, agricultores, estudantes etc.
O comercial de dois minutos deve ser pago pela Petrobrás. A estatal foi consultada a respeito e deve responder se aceita dentro 15 dias.
Sergio Amaral argumenta que as campanhas do governo devem ser pagas pelos ministérios e pelas estatais "porque a Presidência da República não tem orçamento para propagandas institucionais".
O porta-voz não enxerga inconvenientes no fato de a Petrobrás fazer uma campanha institucional desse tipo.
"Os Correios estão vinculando sua imagem a esportes. Não vejo nada de mal na Petrobrás vincular sua imagem a um país que está dando certo", diz Amaral.
O comercial da Petrobrás será alusivo. Não fará propaganda abertamente a favor do presidente Fernando Henrique Cardoso. O objetivo principal é mostrar que o país teria melhorado durante o governo tucano de FHC.
A expectativa é que o telespectador, ao assistir os comerciais, conclua que um novo mandato para FHC seria bom para o Brasil.
Trabalha na idéia Sérgio Reis, subsecretário de Comunicação e subordinado a Amaral. Reis trabalhou no Bamerindus e foi um dos responsáveis pela campanha "Gente que faz" daquele banco.
Orçamento e veiculação
Os custos da campanha ainda estão sendo orçados. A idéia é que não ultrapassassem 10% do orçamento total anual para propagandas institucionais de todo o governo (ministérios e estatais).
O orçamento total deste ano para publicidade institucional do governo, segundo Amaral, está "entre R$ 80 milhões e R$ 100 milhões". Portanto, a campanha do final do ano deve custar algo entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões.
Os comerciais mais curtos, de um minuto de duração, devem aparecer na TV dentro de um mês e meio. O filme mais longo, de dois minutos, deve aparecer só no final de novembro ou só em dezembro.

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