São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Menem faz novo desafio aos opositores

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O presidente da Argentina, Carlos Menem, lançou ontem um novo desafio à CGT (Confederação Geral do Trabalho), na véspera do início da greve geral de 36 horas contra a política econômica.
"Podem fazer uma ou mil greves. Esse modelo não se negocia", disse Menem, em um encontro de supermercadistas, desmentindo qualquer possibilidade de recuo na reforma da legislação trabalhista.
Anteontem, o presidente já havia lançado uma provocação ao afirmar que a greve seria "turística", pois permitiria que os trabalhadores "emendassem" a quinta e sexta-feira ao fim-de-semana.
A greve começará ao meio-dia de hoje e terminará à meia-noite de amanhã. O ato principal da manifestação está previsto para as 15h30 de hoje, na Praça de Maio, onde se localiza a Casa Rosada, sede da Presidência da República.
Segundo o jornal "Clarín", o governo recebeu relatórios da Side (Secretaria de Inteligência do Estado) que prevêem uma paralisação similar à do dia 8 de agosto, marcada pelo alto índice de adesão.
A Side também teria estimado em cerca de 30 mil o número de manifestantes que participariam do ato na Praça de Maio.
Em uma pesquisa telefônica promovida pelo canal de TV paga "CVN", de Buenos Aires, 13.193 espectadores manifestaram a intenção de aderir à greve, e 6.003 se declararam contrários ao protesto.
O governo quer flexibilizar as leis relativas a salários, férias, horas extras, períodos de descanso e jornadas de trabalho. Os salários seriam divididos em uma parte fixa e outra móvel, dependente do desempenho da empresa.
Para o governo, as medidas criarão novos empregos no país.
A CGT diz que o projeto só "precariza" o trabalho, sem criar novas vagas.

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