São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996 |
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Três grupos se unem em megaempresa
ELVIRA LOBATO
Para fazer o anúncio, reuniram-se, na sede do Bradesco, em Osasco, o presidente do banco, Lázaro Brandão, o presidente do conselho da Camargo Corrêa, Alcides Tápias, e o diretor-superintendente do Votorantim, Antonio Ermírio de Moraes. Segundo os sócios, a holding terá a função de identificar oportunidades de investimentos na geração e na distribuição de energia. Privatização em SP Antonio Ermírio disse que a primeira oportunidade concreta será a privatização das estatais de energia elétrica de São Paulo -Eletropaulo, Cesp e Companhia Paulista de Força e Luz-, prevista para o ano que vem. 'Nossa intenção é fazer com que o centro de decisão nesse setor estratégico não saia do Brasil", afirmou Antonio Ermírio de Moraes. Os sócios são três gigantes nacionais. O Bradesco é o maior banco privado da América Latina. Tem 52.886 funcionários, R$ 5,2 bilhões de patrimônio líquido e fechou o balanço do primeiro semestre com um lucro líquido de R$ 430 milhões. O Votorantim é o maior produtor de cimento e cal do país. Tem 30 mil funcionários, patrimônio líquido equivalente a US$ 8 bilhões e US$ 5,2 bilhões de faturamento anual. A Camargo Corrêa tem 17 mil empregados, R$ 2,8 bilhões de patrimônio líquido e receita líquida de R$ 1,6 bilhão. A empresa, segundo seu presidente, Alcides Tápias, fez uma redefinição de sua estratégia e estabeleceu como prioridade participar de concessões nas áreas de energia elétrica, estradas e telecomunicações. A empresa já tem, em sociedade com a Andrade Gutierrez, as concessões da rodovia Presidente Dutra (que liga São Paulo ao Rio) e da ponte Rio-Niterói. O Bradesco tem estratégia semelhante, embora seu interesse maior seja como investidor. Participa do consórcio com a Globo e AT&T para disputar as concessões de telefonia celular privada. Tem, ainda, projeto em comum com os grupos Globo, Odebrecht, Monteiro Aranha, Victori e Matra (França) para lançamento de satélites e está no mercado de telecomunicações, em "paging" (transmissão eletrônica de mensagens), com a empresa Teletrim. Camargo Corrêa e Bradesco já estão juntos em um consórcio que vai disputar a privatização da CRT (telefônica gaúcha), prevista para dezembro próximo. O grupo Votorantim, segundo Antonio Ermírio de Moraes, tem descartado propostas para participar de concorrências para telecomunicações: "Seríamos um estranho no ninho, porque nossa vocação está em eletricidade, mineração e metalurgia", afirmou. Texto Anterior: VW suspende empréstimos pelo dólar Próximo Texto: Panasonic investirá US$ 600 mi no país Índice |
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