São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Os grandes prós e contras

DA REPORTAGEM LOCAL

No curso de jornalismo da ECA (Escola de Comunicações e Artes), da Universidade de São Paulo, o futuro universitário deverá se esbaldar com os estúdios de TV e rádio, assim como com os projetos editoriais.
No Instituto Metodista de Ensino Superior (São Bernardo do Campo, São Paulo), são os trabalhos desenvolvidos na área editorial que deverão agradar às turmas que chegarem em 97.
Em compensação, os bons professores das duas faculdades estão trocando as salas de aula por redações e outros setores da iniciativa privada.
Esses foram os pontos positivos e negativos encontrados pelo Fovest em visita às duas faculdades.
As críticas desfavoráveis não partem apenas de alunos, mas de pessoal da própria direção.
Nesse sentido, o presidente da Comissão Pedagógica do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA, Bernardo Kucinski, 59, é contundente: "O curso de jornalismo da ECA está passando por uma crise profunda".
"Os professores estão indo para a iniciava privada, onde podem ganhar o dobro. Quem fica trabalha desmotivado", diz.
Para a aluna do segundo ano da ECA, Manoela Moraes Ziggiatti, 20, "a maioria dos professores não tem vontade de dar aulas."
Sobre a Metodista, o diretor da faculdade de Comunicação e Artes, Miguel de Abreu Rocha, 50, admite que "professores com currículo acadêmico consistente recebem propostas de emprego que a faculdade não tem como bancar".
O currículo mínimo também é uma fonte de insatisfação nas duas faculdades. A ECA amenizou o problema adotando o currículo aberto. Isso significa que, a partir do segundo ano, os alunos podem se inscrever para aulas em disciplinas de qualquer faculdade da universidade.
No Metodista, não há como fazer alterações a curto prazo. "Só podemos mexer no currículo depois de aprovado o projeto que transforma a faculdade em universidade", diz Miguel Rocha.
Alunos e professores do Metodista destacam o investimento nos projetos editoriais. Os alunos editam o boletim "Nossos Textos", o jornal quinzenal "Ensaio" (ambos de circulação interna) e o jornal semanal "Rudge Ramos" (distribuído no bairro de Rudge Ramos e em corredores comerciais de São Bernardo do Campo, SP, com tiragem mensal de 20 mil exemplares).
Nos estúdios de TV, são produzidas as edições semanais do telejornal do campus. No estúdio de rádio, a programação ‚ composta de noticiário e música (transmitida para todo o campus).
Na ECA, o "Jornal do Campus" (distribuído na USP) ‚ uma das principais publicações. Os alunos editam também o mural "Notícias do Jardim São Remo" (afixado na favela de mesmo nome), um boletim quinzenal (circulação interna) e duas edições anuais do livro-reportagem "São Paulo de Perfil". A faculdade também conta com laboratório de TV e rádio.

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