São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996 |
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Zé Ketti revive poesia do morro carioca
SYLVIA COLOMBO
Foi assim que o compositor carioca Zé Ketti construiu sua criação nos anos 40/50, a poesia lamentando as tristezas do morro, a música traduzindo as agruras da pobreza em pleno Carnaval. Zé Ketti está fazendo 75 anos e comemora a data com o lançamento, pela Rioarte, de um disco comemorativo, em que ele interpreta sucessos com amigos, e com uma série de shows no Supremo Musical, de hoje até domingo. Além dessa revisão que ele mesmo está fazendo de sua obra, o cantor e compositor Zé Renato também lançou uma homenagem ao sambista. O disco "Natural do Rio de Janeiro", lançado pela Warner, reúne temas clássicos do sambista. "Diz Que Fui por Aí", "Máscara Negra" e mais dez canções receberam novos arranjos. Zeca Pagodinho O show que estréia hoje relembra o musical "Opinião", dos anos 60, com músicas da trilha sonora e passagens de sua carreira. O disco tem como parceiros de Zé Ketti nomes nobres do gênero: Monarco, Elton Medeiros, Henrique Cazes e Zeca Pagodinho. No show de São Paulo, nem tanto. No Supremo, Zé Ketti estará acompanhado das cantoras Dorina (vencedora do prêmio Sharp de 95 na categoria Revelação), Tânia Machado e Geisa Flores (filha do sambista). Zé Ketti volta à cena tratando de sua temática habitual, a abordagem da malandragem carioca dos anos 40/50. Solidão e desilusão amorosa vistas do prisma da pobreza, com arremedos ácidos e satíricos, principalmente em relação às mulheres. O morro é cenário constante e sua principal metáfora para coração partido era um barraco no chão. O Carnaval é assunto bastante cultivado. Membro da Portela por muitos anos, Zé Ketti tocou com os mestres da escola de samba: Paulo da Portela, João da Gente e Alvaiade. O quê: Zé Ketti 75 Anos de Samba Onde: Supremo Musical (r. Oscar Freire, 1.000, tel. 852-0950) Quando: de hoje até domingo, às 22h Quanto: R$ 20 Texto Anterior: Artistas fazem prévia do "Antarctica" Próximo Texto: Marisa canta aos caretas Índice |
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