São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Pior confronto depois da paz mata 7

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Soldados israelenses mataram ontem sete palestinos (pelo menos três policiais) nos piores confrontos na Cisjordânia desde que começou a autonomia palestina na região, há mais de dois anos.
Médicos disseram que cerca de 300 pessoas estão feridas e que novas mortes são esperadas.
Os combates começaram durante protestos de palestinos contra a decisão do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, de abrir uma nova saída para um túnel em Jerusalém. O túnel fica próximo a locais sagrados do islamismo.
Durante as manifestações na cidade de Ramallah (Cisjordânia), palestinos lançaram pedras e garrafas contra soldados israelenses, que responderam com tiros. A polícia palestina entrou então no confronto e promoveu combates de rua com soldados israelenses.
A maioria dos ferimentos ocorreu por causa de balas de borracha e de inalação de gás lacrimogêneo.
Combates de rua entre as forças palestinas e as israelenses também ocorreram próximo a Belém, na Cisjordânia. Civis palestinos e soldados israelenses se enfrentaram em várias cidades da região, inclusive na parte leste de Jerusalém.
A violência piorou as relações entre o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, e o novo governo de direita de Israel.
Os EUA, que patrocinam o processo de paz na região pediram calma às duas partes. O Conselho de Segurança da ONU também pediu o fim da violência na região.
Vaias
Os jovens que protestavam em Ramallah primeiro vaiaram os policiais por não os defenderem. "Vamos, atirem, mostrem o que deve ser feito", disse um palestino. Depois, ovacionaram os policiais.
As autoridades israelenses contataram Arafat em Gaza em uma tentativa de impedir os protestos.
O premiê Netanyahu, em visita a Paris, pediu ao presidente egípcio, Hosni Mubarak (árabe), que interviesse na situação.
O líder israelense disse que tinha apenas implementado uma decisão do governo anterior (trabalhista) para abrir uma segunda entrada para o túnel. O objetivo da medida seria aumentar o número de turistas visitando no local.
A nova entrada fica no Quarteirão Muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém, e o túnel passa próximo à Cúpula da Rocha e à mesquita de Al Aqsa, a terceira mais importante do islamismo.
O túnel contém amostras arqueológicas dos antigos hebreus.
Os palestinos dizem que Israel está tentando transformar Jerusalém numa cidade totalmente judaica. Jerusalém é sagrada para muçulmanos, cristãos e judeus, e os palestinos reivindicam a porção oriental da cidade como capital.

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