São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Direção do PT tenta evitar crise entre Erundina e Lula; quercistas dão apoio

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos quatro ex-secretários dos governos estaduais de Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho manifestaram ontem apoio a Luiza Erundina. A petista pretende rediscutir seu programa de governo com eles.
Os ex-assessores, do PMDB, são Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, Fernando Morais, Frederico Mazzucchelli e Ricardo Othake. Arnaldo Jardim, outro ex-secretário, também pode apoiar a petista.
A iniciativa é uma estratégia contra a pregação pelo voto útil feita por José Serra (PSDB).
Empresários, intelectuais e artistas assinaram a lista de apoio. Entre eles estão Piero Gancia, ex-presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo, e o economista Luciano Coutinho.
Erundina ainda poderá contaru com os ex-deputados Flávio Bierrenbach, Darcy Passos e José Yunes. Ela não teme desgaste com o apoio de ex-secretários quercistas.
Também não vê "nenhum desrespeito" à fidelidade partidária. "Não estão aqui candidatos, mas sim forças políticas", afirmou. Fernando Morais, que é escritor, doou à campanha um mês de direitos autorais de seus livros.
Atrito com Lula
A petista negou ontem que tivesse ficado contrariada com a declaração de Luiz Inácio Lula da Silva de que votaria em José Serra (PSDB) caso ela não fosse para o segundo turno. Anteontem, ela chamou Lula de "desinformado".
"Não é verdade que eu estivesse irritada e fazendo críticas ao Lula", disse, referindo-se à reportagem da Folha. "A matéria distorce a forma como eu reagi àquela informação, forjando que havia uma crise entre mim e Lula."
Por trás da justificativa, há uma tentativa de apagar qualquer vestígio de nova crise entre ela e o líder do PT. O comando da campanha quer evitar qualquer fato negativo na véspera do pleito.
A direção do PT se esforçou para desfazer o mal-entendido. José Dirceu, presidente da legenda, conversou logo cedo com Lula e Erundina. O próprio líder petista ajudou a abafar a crise.
"Dependendo de como foi feita a pergunta, eu também responderia daquele jeito", disse Lula a Gilberto Carvalho, dirigente do PT. "Há tensão. É natural que ela tenha respondido daquele jeito."

Texto Anterior: Rede nega ajuda ao PPB
Próximo Texto: Texto elogia obra malufista
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.