São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Vereador tem salário de R$ 4.500

DA REPORTAGEM LOCAL

Um vereador em São Paulo ganha por mês R$ 4.500 (salário bruto). Representa 75% do salário de um deputado estadual, que por sua vez recebe o equivalente a 75% do salário de um deputado federal.
Alguns vereadores reclamam que esse salário é baixo. Liderados pelo presidente da Casa, Brasil Vita (PPB), eles tentaram articular um aumento salarial nos últimos dois meses, mas acabaram desistindo da manobra com receio de que repercutisse negativamente junto ao eleitorado.
"Para a quantidade de trabalho que nos vereadores temos, R$ 4.500 é pouco", afirma Vita.
O presidente tem 74 anos, é advogado, tem 36 anos de legislatura e tenta sua nona reeleição este ano. É o mais antigo vereador de São Paulo.
Além do salário, os vereadores têm direito a uma série de benefícios e mordomias.
Eles têm direito a carros (Voyages 92 ou Opalas 90) com dois motoristas à disposição.
Além disso, têm uma cota de 400 litros de combustível e cotas de xerox (12 mil por ano), papel, fax, telefone, correio (60 mil postagens por ano) e de uso da gráfica (30 mil impressos/ano).
Cada vereador também pode nomear até 15 assessores de confiança (sem incluir os dois motoristas, geralmente funcionários de carreira).
Os cargos de confiança não têm vínculo empregatício com a Câmara e podem ser parentes. Mais da metade dos vereadores emprega parentes. Os salários variam de R$ 300 a R$ 2.500. Os salários são pagos com a chamada verba de gabinete, que todos os vereadores têm direito.
Este ano, os parlamentares passaram a ter uma nova mordomia: frutas da estação.
No começo do ano, a mesa diretora fez tomada de preços para a compra das frutas.
Uvas, mamão, melão e maçã passaram a reforçar o café dos vereadores durante o intervalo das sessões no plenário.
Esse gasto extra não foi informado pela Câmara.
Nas últimas duas legislaturas, essas frutas eram compradas pelos próprios vereadores, que faziam um rateio entre si.
Desistentes
Whitaker diz que não concorre por estar decepcionado com o cargo. Gianotti afirma ter desistido de tentar a próxima legislatura porque terá de se dedicar a sua empresa. Cintra não concorre a vereador, mas disputa o cargo de vice na chapa do candidato a prefeito Francisco Rossi (PDT).

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