São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Arquiteta é morta a golpes de mármore

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

O marmorista José Marcolino de Oliveira, 46, foi preso sob a acusação de matar a arquiteta Maria Lúcia Grossi Fioresi, 39. Ela teria sido assassinada a golpes desferidos com uma barra de mármore na cabeça por ter reclamado da qualidade do serviço de Oliveira.
O acusado se negou a depor no 6º DP, mas disse que a arquiteta morreu em uma queda acidental. Segundo a polícia, ele teria confessado o crime logo ao ser preso. O fato ocorreu anteontem à tarde na rua Júpiter, na Aclimação (região central de São Paulo).
Maria Lúcia era casada com o empresário Caetano Fioresi, um dos proprietários da construtora Fioresi e Fernandes. Ela tinha dois filhos e estava concluindo a reforma do triplex de 600 m2 na cobertura do condomínio Casablanca.
Três marmoristas estavam trabalhando no imóvel. Às 12h de anteontem, a arquiteta chegou para inspecionar as obras. Dois dos marmoristas foram almoçar.
Quando retornaram, encontraram o corpo de Maria Lúcia na escada. Eles teriam perguntado ao acusado o que havia acontecido. Ele teria dito que ouviu um barulho, e que não dera importância por ter pensado que fora causado pela queda de uma tábua.
Após a chegada dos colegas, às 15h45, ele chamou paramédicos dos bombeiros, que levaram a mulher ao hospital Vergueiro, onde ela morreu.
Desconfiança
Desconfiada, a polícia foi ao IML (Instituto Médico Legal), onde os legistas informaram que as lesões na cabeça da vítima eram incompatíveis com a versão da queda.
Ao mesmo tempo, a polícia achou uma barra de mármore ensanguentada no local do crime. O acusado havia saído do prédio. Os policiais foram à sua casa, mas ele não estava.
Ele foi preso enquanto assistia a um show do apresentador Gugu Liberato, em Carapicuíba (Grande São Paulo). Segundo o delegado Osvaldo Gonçalves, 39, o marmorista confessou o crime.
Reconstituição
Na noite de anteontem, Oliveira foi levado de volta ao apartamento, onde foi feita uma reconstituição informal do crime.
O acusado teria mostrado como matou a arquiteta aos policiais, que estavam acompanhados por duas testemunhas -vizinhos do prédio onde o crime ocorreu. A reconstituição foi gravada em vídeo, e a fita servirá como prova.
Ele teria discutido com a arquiteta porque ela havia reclamado da qualidade de seu trabalho. Após a queixa, ela se virou para deixar a sala, e o acusado apanhou a barra de mármore e desferiu-lhe o primeiro golpe na nuca.
Maria Lúcia caiu de bruços. O acusado teria se aproximado e desferido mais um golpe na cabeça. Maria Lúcia foi enterrada ontem.

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