São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
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Lumet acha o mistério
INÁCIO ARAUJO
A facilidade é duplicada pelo "whodunit" (para usar a expressão de Hitchcock para histórias em que o importante é descobrir, no fim, quem é o culpado), algo que atrai nossa adesão. Daí ser muito possível esse tipo de filme acabar na mão de burocratas, tipo John Guillermin. Em "Assassinato no Orient Express" (Bravo Brasil, 12h), Sidney Lumet oferece algo mais. Existe um autêntico, perceptível desejo de transformar palavras em imagens, de aproveitar situações para introduzir o espectador aos encantos de um mundo sonhado e anacrônico (trens de luxo transcontinentais, seus frequentadores, decoração etc.). Essa capacidade de reencontrar os sonhos é duplicada pelo elenco. Hoje é possível que ele também soe um pouco anacrônico, mas é uma época (ou mais de uma) do cinema que se reencontra neste filme de 1974: de Albert Finney a Lauren Bacall, de Ingrid Bergman a Sean Connery, de John Gielgud a Jacqueline Bisset. "Assassinato" vale mais pelos mistérios que consegue reencontrar do que pelo que Hercule Poirot é chamado a resolver. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Certezas assassinas de tempos corretos Índice |
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