São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Ray Charles toca para privilegiados

Repertório vai do rhythm & blues ao soul

MARCELO RUBENS PAIVA
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Quem não puder bater palmas, chacoalhe o chaveiro de sua BMW zerinho". Assim poderia começar o show de Ray Charles, na última quarta-feira, no Bourbon Street Music Club.
Em torno de 450 privilegiados, que bancaram ingressos de R$ 75 a R$ 225, foram as poucas testemunhas da volta do rei do soul aos palcos paulistanos.
Ray Charles Robinson, 64, nascido em Albany, Geórgia, continua em forma. Trouxe uma banda digna dos manuais do politicamente correto: negros, brancos, wasps, latinos e uma mulher no trombone de vara.
A banda seguiu a formação inventada por ele mesmo: cinco saxs na frente, trombones e trompetes ao fundo. De início, atacaram três clássicos do jazz para esquentar -15 minutos, até o anúncio do mestre de cerimônias e seu empresário.
Entra Ray Charles sob uma vinheta -arranjo de "Georgia on My Mind", seu maior hit. Não só o público se encanta. Os músicos não escondem o sorriso, reverenciando o mestre, o semideus.
Ray Charles brinca com o piano. Suas mãos parecem flutuar sobre o teclado, as pernas se agitam, é uma criança em êxtase.
O repertório vai do rhythm & blues ao soul, atravessando nuvens do gospel e trovoadas do country blues. Na maioria da músicas, a presença da mulher, "darling, touch me". É um pervertido? É. A indicação está no fim, com a entrada de cinco lindas vocalistas, as Raelettes.
Ray Charles fica 60 minutos no palco. Seguindo a tradição americana, não tem bis. Mas hoje tem mais.

Quando: hoje, às 22h
Onde: Bourbon (r. dos Chanés, 127)
Preço: R$ 75 a R$ 225

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