São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Em comparação

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

Nestes últimos dias de campanha pela televisão, os candidatos não se contêm mais e chegam, grosseiros, à propaganda comparativa.
Em vez de Coca e Pepsi, de Ford e General Motors, Luiza Erundina e Celso Pitta, ou Erundina e José Serra.
Esta última comparação foi ao ar ontem, em comercial novo dos tucanos, com o esperado argumento do voto útil. Esperado, mas nunca usado de forma tão crua.
- Olha, vamos ser práticos... Se você votar na Erundina, você vai estar elegendo o Pitta.
É logro, para dizer o menos. Não é certo que Erundina perca e menos ainda que Serra ganhe.
Mas é a reta final, de golpes conhecidos.
*
Em contragolpe, Erundina não cansa de citar em comercial, ontem novamente, que a sua rejeição está diminuindo -e a de Pitta, aumentando.
*
A CNN tirou duas conclusões desta eleição.
A primeira é a valorização dos feitos administrativos, em lugar das ideologias.
- Candidatos que, indiferentes às ideologias, oferecem simplesmente obras. A esquerda, representada majoritariamente pelo PT, também atenuou seu discurso ideológico, para capitalizar o que considera um de seus trunfos: capacidade administrativa.
A imagem usada foi dos comerciais de Erundina, com atenção à garantia de "experiência".
A segunda conclusão, também sinal de conservadorismo, é a vontade de reeleger.
- Outra novidade destas eleições: hoje os brasileiros preferem a continuidade à surpresa.
Um fenômeno que, se agora serve ao malufismo, amanhã pode servir aos sonhos de FHC. Conclusão da CNN.

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