São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996 |
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Disco repisa os anos 70
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
Pode vir a se tornar um fenômeno, já que também opta por repetir padrões fixados pelos parentes e seus contemporâneos, ainda que ela não despreze a ousadia -com tamanha carga hereditária nos ombros, volta as costas a ela. Afasta-se do tropicalismo de Gal e se aproxima do arrebatamento de Elis -já pelo filtro das discípulas Leila Pinheiro e Adriana Calcanhoto, o que pode ser maldição bem mais pesada. Logo, parece bem mais conservadora que o tio. O que Belô faz -como Chico César- é postar-se no cotovelo entre os 60 e os 70, sem procurar um novo discurso. Juntos, os novos artistas dão mais um susto na possibilidade de evolução na MPB. Tanto é assim que o que há de mais setentista é o que salta aos ouvidos. Bethânia solta a voz e ofusca a afilhada em "Brincando". Em "Amante Amado" (obra-prima de Ben Jor quando era só Ben), Caetano aparece despretensioso como não fazia há uns 20 anos, em versos bem mais convincentes que os do poema "eta, eta, eta". O CD resulta em pura saudade dos 70, no que tinham de melhor e de pior. E nós aqui, nos 90, perdidos como cegos em tiroteio. (PAS) Texto Anterior: Belô desdenha herança do clã Próximo Texto: Faixas estão disponíveis por telefone Índice |
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