São Paulo, segunda-feira, 30 de setembro de 1996
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Boas de bola vão para o ataque

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Carol; Samantha, Patrícia, Daniela e Suely; Juliana, Mônica, Emily e Talita; Melissa e Daiana. Da goleira às atacantes, é bom gra var esses nomes. O futebol feminino vai ser uma atração quente nos campos paulistas no ano que vem.
Depois do quarto lugar na Olimpíada de Atlanta, uma nova geração de garotas está se preparando para o Campeonato Paulista, que deve começar em março de 97.
O torneio terá oito equipes, incluindo os "grandes" do futebol masculino: Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos.
"Com mais apoio, o feminino vai estourar", diz Talita Araújo Marsaioli, 15, que deve desfilar seu futebol num clube grande. O regulamento do campeonato, que limita a idade das jogadoras até 23 anos, vai priorizar talentos jovens.
Meninas no mundial
"Nossa meta é preparar a geração que vai defender o Brasil no Mundial de 1999, nos EUA, e na Olimpíada de Sydney, no ano 2000", explica Romeu Castro, vice-presidente do Saad.
Atual campeão brasileiro, o Saad tem um grupo de mais de 40 meninas treinando permanentemente. Além de dirigente do clube, Castro é assessor da Sport Promotion, a empresa que organiza o futebol feminino no Brasil.
Para garantir um bom nível no Campeonato Paulista, a empresa vai distribuir as jogadoras do Saad nos vários times participantes.
Os clubes também devem promover peneiras (testes de seleção) para descobrir novos talentos.
Outra maneira de revelar jogadoras é o trabalho dos olheiros, gente que viaja pelos Estados acompanhando jogos e anotando possíveis contratações.
Por causa dos olheiros que a maioria das meninas chegou ao Saad. O nível técnico delas é alto. Chutam tão bem quanto garotos da idade, mas encaram os treinos com mais seriedade e empenho.
Juliana Ribeiro Cabral, 14, que começou no futebol porque seu irmão não tinha com quem jogar, acha que "só falta divulgação para que todo mundo veja que as mulheres também sabem jogar".
Daniel Nunes de Ávilla, técnico das garotas, ressalta a mudança do perfil das atletas. "Agora, meninas de classe alta e classe média alta estão querendo jogar futebol. O nível das jogadoras subiu muito."
Romeu Castro rebate a idéia de que exista uma preocupação em procurar meninas bonitas. Segundo ele, o número de jogadoras aumentou e a imprensa destaca algumas pela beleza. O fenômeno já aconteceu antes, com o vôlei.
Um exemplo é a lateral-esquerda Suely Ibrahim Ferreira, 16, que estava a caminho de ser mais uma das musas do vôlei e trocou de esporte. "Prefiro chutar", diz.

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