São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
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Boeing da Varig faz pouso de emergência
FÁBIO GUIBU
Segundo a Varig, houve pane hidráulica no sistema de trem de pouso, possivelmente por causa do estouro de um dos quatro pneus situados sob a asa esquerda. O problema ocorreu às 11h05, quando o aparelho, procedente de Manaus (AM) e com destino a Salvador (BA), fazia decolagem após escala no aeroporto de São Luís (MA). Os passageiros ouviram um "estrondo" após a decolagem. "Foi como se tivesse quebrado alguma coisa", disse o farmacêutico Jackson Gomes de Souza, 40, que viajava com a mulher, Regina Lúcia Braga. Ela desmaiou ao ouvir pelo sistema de som da aeronave a informação do comandante Fernando Salimene de que havia um problema no avião. O avião, que faria nova escala em Fortaleza (CE), foi então desviado para Recife "por questões de segurança", segundo a Varig. O aeroporto em Pernambuco tem pista mais extensa que a do Ceará. Durante todo o vôo, o trem de pouso permaneceu acionado, apesar de o aparelho possuir mais dois sistemas hidráulicos que, em tese, permitiriam seu recolhimento. Tanque vazio Já em Recife, às 13h10, o avião realizou uma manobra de aproximação da pista para que a torre de controle do aeroporto fizesse uma verificação visual do estado do trem de pouso. Em seguida, o piloto acelerou a aeronave e arremeteu, voltando a ganhar altura. Segundo o relato dos passageiros, esse foi o momento de maior tensão, com um princípio de pânico a bordo e pessoas desmaiando. Por cerca de 20 minutos, o aparelho sobrevoou o mar ao largo de Recife para reduzir o volume de combustível no tanque. Essa operação, considerada rotineira em situações semelhantes, assustou os passageiros. "Pensei, não quero cair no mar", disse o farmacêutico. Segundo o Infraero, órgão que monitora os vôos, a aterrissagem, às 13h31, foi "tranquila". A rotina de pousos e decolagens do aeroporto dos Guararapes não foi alterada. Os passageiros do Boeing foram transferidos para outros vôos. O avião seria consertado, submetido a checagem e pode ser liberado ainda hoje. Segundo a assessoria da Varig no Rio, a empresa registra em média de seis a oito estouros de pneus por ano, sem consequências graves. No mesmo período, faz cerca de 15 mil pousos e decolagens. A colunista Barbara Gancia, que escreve neste espaço às quartas e sextas, está de férias. Texto Anterior: Público de festa faz Paulista de banheiro Próximo Texto: Incêndio em instituição é investigado Índice |
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