São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997
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País poderá receber US$ 13 bi neste ano

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica) estima que o investimento estrangeiro direto no Brasil será da ordem de US$ 13 bilhões a US$ 14 bilhões em 1997.
O recorde de US$ 9 bilhões em 96, antecipado pela Sobeet, superou as previsões de US$ 7,5 bilhões feitas pelo próprio governo, consultores e economistas independentes no início do ano.
Se forem incluídos os reinvestimentos de lucros das empresas transnacionais de cerca de US$ 450 milhões em 96, segundo o BC, o investimento direto estrangeiro no Brasil, em termos brutos, poderá atingir US$ 9,5 bilhões em 96, estima Octavio de Barros, diretor técnico da Sobeet.
Barros diz que os números "surpreendentes" do investimento estrangeiro no país, acima das expectativas mais otimistas, se explicam pelas recentes privatizações da Cerj (Companhia Energética do Rio de Janeiro) e da CRT (Companhia Riograndense de Telecomunicações), que envolveram o ingresso de montantes expressivos de capital estrangeiro em novembro e dezembro.
Até novembro, segundo o Banco Central, o ingresso bruto de divisas de investimentos das empresas multinacionais no Brasil foi de US$ 7,657 bilhões, montante já superior às previsões iniciais.
Após três meses modestos, julho, agosto e setembro -US$ 556 milhões, US$ 444 milhões e US$ 347 milhões, respectivamente-, o ingresso de investimentos saltou para novos patamares em outubro e novembro -US$ 897 milhões e US$ 942 milhões.
A entrada de divisas do investimento estrangeiro nas privatizações da Cerj, adquirida pela Chilectra, do Chile, por cerca de US$ 550 milhões, e na CRT, cerca de US$ 300 milhões, elevará para aproximadamente US$ 1,3 bilhão o ingresso bruto de investimentos diretos estrangeiros em dezembro.
"Cinco em um"
Os investimentos estrangeiros em moeda no Brasil em 96, de cerca de US$ 9 bilhões, equivalem, diz Barros, a "cinco anos em um", pois superam o montante total dos cinco anos precedentes.
"Isso confirma que está apenas começando um novo ciclo de internacionalização da economia brasileira", afirma.
Barros reforça que as privatizações desempenharam um papel importante no recorde histórico de investimentos estrangeiros no país em 96.
As privatizações trouxeram cerca de US$ 2,4 bilhões de capitais externos.

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