São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997
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Credibilidade do país cresceu, dizem empresários

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

Líderes empresariais ouvidos pela Folha atribuem o investimento recorde das multinacionais no país no ano passado -US$ 9 bilhões, marca que poderá ser superada em 97- à nova percepção do Brasil no exterior.
Edson Vaz Musa, sócio da MGDK-Gestão Empresarial e ex-presidente da multinacional francesa Rhodia no Brasil, diz que o presidente Fernando Henrique Cardoso e o Plano Real deram uma "representatividade excelente" ao Brasil no exterior.
"As viagens que o presidente da República tem feito têm sido excelentes para o Brasil", afirma Musa.
"Participei de algumas e constatei o efeito extremamente positivo dessas viagens. A imagem do país mudou totalmente e volta a ser um país considerado, apesar de todas as dificuldades que tem", relata o empresário.
Estabilidade
Nahid Chicani, vice-presidente da GE (General Electric) no Brasil, diz que a estabilidade econômica está encorajando os investidores estrangeiros a acreditar no Brasil.
A GE é um exemplo, diz. A multinacional norte-americana fez investimentos de US$ 200 milhões em 96 no país, comprando o controle da Celma, em Petrópolis RJ), e da Dako, em Campinas (SP).
"A GE tem uma visão positiva do Brasil. Uma de novas empresas, a GE Capital, está interessada em ingressar no sistema financeiro brasileiro".
Potencial
Roberto Teixeira da Costa, presidente do Ceal (Conselho de Empresários da América Latina), concorda que o presidente Fernando Henrique Cardoso mudou a percepção do país no exterior.
"O país passou a ser respeitado pelo seu potencial e o resultado foi o fluxo de investimentos estrangeiros, o redescobrimento do Brasil como área para a aplicação de capital", diz.
Werner Ross, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha de São Paulo, diz que a estabilidade da moeda e controle da inflação têm uma influência saudável no interesse dos investidores estrangeiros no país.
"A atuação do presidente Fernando Henrique Cardoso e suas viagens ao exterior estão colocando o Brasil no lugar que ele merece no cenário global", afirma.
Ricardo Young, primeiro coordenador geral do PNBE (Pensamento Nacional das Bases Empresariais, diz que a agenda econômica do presidente Fernando Henrique vem sendo cumprida. "O Brasil gradativamente, apesar das dificuldades, vem se inserindo no contexto da globalização".
Os investimentos estrangeiros envolvem tanto a construção de novas unidades fabris quanto a compra de empresas já instaladas, caso da GE/Dako.
Segundo a Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), com base no World Investment Report-96, da Unctad, foram realizadas, no período 1990-95, fusões e aquisições no Brasil envolvendo capitais estrangeiros, com a compra do controle majoritário das empresas, da ordem de US$ 2,8 bilhões, ou 20,9% dos US$ 13,4 bilhões de investimentos diretos recebidos pelo país no período. (asp(ACS)

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