São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997
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Síria acusa Israel por atentado a bomba

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Síria acusou ontem agentes israelenses de cometer um atentado a bomba que matou nove pessoas e feriu outras 44 anteontem em Damasco (capital). Israel nega.
"Nove pessoas foram mortas e outras 44 feridas numa ação criminosa contra um ônibus em Damasco", disse um porta-voz do governo à agência síria oficial de notícias "Sana".
Ninguém assumiu a autoria do atentado.
Segundo ele, "a ação terrorista, covarde e criminosa é praticada em meio a ameaças lançadas recentemente por oficiais israelenses que querem acabar com o processo de paz (no Oriente Médio)".
"Agentes do Mossad (o serviço de inteligência israelense) aproveitaram o movimento para as celebrações do Ano Novo no último dia 31 e plantaram uma bomba dentro de um ônibus", acrescentou o porta-voz.
Em Jerusalém (Israel), o porta-voz do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, Chai Bazak, negou as acusações: "É uma mentira deslavada. Israel luta apenas pela paz e atua unicamente de forma pacífica".
Atentado
O ônibus partia da estação de Al Intilak, na região central de Damasco, em direção a Aleppo (noroeste do país) quando por volta das 13h30 (9h30 em Brasília) de anteontem explodiu a bomba.
As primeiras informações foram dadas por testemunhas que saíam naquele dia do país. Inicialmente, falou-se em 15 mortos.
Israel suspendeu as negociações de paz com a Síria em fevereiro último devido a vários atentados suicidas que o Estado judeu atribuiu a extremistas palestinos.
Israel acusa a Síria de abrigar membros de grupos terroristas árabes, como a Jihad (Guerra Santa) Islâmica e o Hizbollah (Partido de Deus).
O principal obstáculo para um acordo de paz entre os dois países são as colinas do Golã, território sírio que Israel anexou após a Guerra dos Seis dias, em 1967.

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