São Paulo, sexta-feira, 3 de janeiro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Fujimori afasta chefe do combate ao terror
CLÁUDIA TREVISAN
Díaz foi substituído pelo general Marcelo Nakamura Sakamoto e não foi contemplado com nenhum outro cargo na estrutura da Polícia Nacional do Peru, à qual está subordinada a Dincote. Oficialmente, o governo não fez qualquer ligação entre a substituição de Díaz e a tomada da casa do embaixador do Japão pelo MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru), mas a Folha apurou que os fatos estão relacionados. A Dincote coordena a ação de órgãos de inteligência e tem como uma de suas principais funções a repressão de atos terroristas. Nesse papel, deveria ter detectado o movimento do MRTA, que durante meses planejou a invasão da casa do embaixador. Além de ter falhado em suas funções, Díaz, o ex-chefe da Dincote, foi feito refém junto com outros 24 militares. O general Juan Carlos Domínguez, que está entre os reféns, também foi afastado da Inspetoria Geral da Polícia Nacional. Como Díaz, ele não foi designado para nenhuma outra função. As mudanças foram determinadas pelo ministro do Interior, Juan Briones Dávila, dentro de uma ampla reestruturação da Polícia Nacional do Peru. A reforma tem por objetivo aumentar a eficiência do órgão no combate a atos terroristas. Indiretamente, a mudança também reduz o peso de Díaz como refém. O general era um dos principais militares dos 25 que estão nas mãos do MRTA. Suprema Corte Moisés Pantoja Rudolfo é outro refém que mudou de função no cativeiro. Mas, no seu caso, a alteração era prevista. Pantoja deixou a presidência da Suprema Corte do Peru e foi substituído por Víctor Raúl Castilho. O mandato do presidente da Suprema Corte do Peru é de um ano. Além de Pantoja, outros quatro juízes da Suprema Corte estão em poder dos guerrilheiros do MRTA: Hugo Sivina, Alpio Montes de Oca, Mario Urrelo Alvarez e Carlos Giusti Acuña. Há também dois ministros entre os reféns. O ex-presidente da Suprema Corte é um dos reféns que apresenta estado de saúde delicado. O MRTA mantém 74 reféns na residência oficial do embaixador do Japão em Lima. No último dia de 1996, os guerrilheiros libertaram duas pessoas. Mais sete saíram no primeiro dia de 1997. Texto Anterior: Personalidades são premiadas Próximo Texto: Crise não afeta o país, afirma presidente Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |