São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997 |
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'Fora daqui não há empregos'
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PEDREIRAS (MA) O ex-garimpeiro Benê Bastos, 43, dono de um bordel em Trizidela do Vale, município recém-emancipado de Pedreiras, diz que a crise econômica do país é o que leva crianças e adolescentes a buscarem a prostituição.Em entrevista à Agência Folha, Bastos se diz um "protetor" das garotas de seu cabaré. * Agência Folha - Há meninas menores de 18 anos trabalhando em seu cabaré? Benê Bastos - Há menores e adultas. Hoje não dá para abrir um cabaré sem meninas novas. As mais velhas ninguém quer. Mas eu não obrigo ninguém a ficar aqui. Fora daqui não há empregos. Agência Folha - É correto usar as menores num cabaré? Bastos - Errado é deixá-las abandonadas na rua, onde caem no mundo das drogas e da violência. Aqui, elas são protegidas. Faço de tudo para ajudá-las, deixo que ganhem seu próprio dinheiro para sobreviver. Agência Folha - Quanto elas ganham por programa e quanto têm de lhe pagar? Bastos - A única coisa que ganho é a venda das bebidas do bar. O que elas ganham depende de quanto o cliente quer pagar. Elas combinam seus preços. Agência Folha - O senhor nunca teve problemas com a polícia? Bastos - Não. A menina mais nova que passou por aqui tinha uns 14 anos e saía com um policial. Até políticos frequentam a casa. Texto Anterior: 'Queria meu próprio dinheiro' Índice |
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