São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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Verão dá fôlego à profissão de salva-vidas

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Parece moleza, mas não é. O dia-a-dia de um salva-vidas não se limita a passar o tempo ao lado de uma piscina, conversando com as garotas e tomando sol.
Para entrar na profissão, o interessado passa por muitas provas de fogo -ou melhor, de água.
Mas o mercado de trabalho, que tem crescido com a abertura de clubes e parques aquáticos e também nas praias, se intensifica agora, com a chegada do verão.
O aprendizado do salva-vidas inclui todos os trabalhos de primeiros socorros, respiração boca-a-boca, massagem cardíaca etc.
Mas o que diferencia o profissional é o domínio do "judô aquático". Trata-se de uma técnica que serve para resgatar pessoas que estão desesperadas e que, muitas vezes, tentam se agarrar ao salva-vidas, dificultando sua ação.
Preparo físico em dia
Por isso, um dos principais requisitos é ter o preparo físico em dia. Também ajuda saber o máximo de estilos de natação.
"O trabalho não é só de salvamento", afirma Mauricio Souza Leme, 65, coordenador do curso de salva-vidas e operador de piscinas da Secretaria Estadual de Esportes e Turismo, em São Paulo.
"O salva-vidas também desenvolve um trabalho preventivo, orientando pessoas que estão nas piscinas ou nas praias."
Trabalhar em praia é mais difícil do que em piscinas? Não, é diferente. Dependendo da situação, um salvamento na calmaria de uma piscina pode ser bem mais complicado do que numa praia.
Por isso, a última aula do curso (veja reportagem ao lado) inclui uma travessia em Bertioga (litoral de São Paulo). Nas praias, porém, o profissional conta com o treinamento do Corpo de Bombeiros.
Salário de R$ 600 a R$ 800
O salário de um salva-vidas varia entre R$ 600 e R$ 800, para uma jornada de seis a oito horas.
Em função disso, muitos acumulam mais de um emprego ou desenvolvem atividades paralelas.
"Dos 40 que formamos em cada turma, cerca de 25 permanecem na profissão", conta Leme.
Apesar de a remuneração não ser das melhores, a concorrência para virar salva-vidas é grande. Há em média 120 inscritos para as 40 vagas oferecidas por turma.
O teste de seleção inclui um teste de 400 metros em até dez minutos e um de apnéia (suspensão da respiração), ou melhor, um mergulho, de 25 metros. "Não é fácil. E os primeiros 15 dias de curso são uma pedreira", diz o coordenador.
No conjunto aquático da secretaria, que fica na Água Branca (zona oeste de São Paulo), funciona também a Associação dos Salva-Vidas do Estado de São Paulo.

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