São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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Passa a São Silvestre, vem aí a Copa São Paulo

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Um tempo para o recepcionar o Papai Noel, outro para abrir o champanha e, pronto, aí está a Copa São Paulo, que vai ficando tão tradicional como a São Silvestre.
A propósito, por que não acertar com a Prefeitura ou patrocinadores -ou ambos- uma iluminação feérica nas ruas que compõem o trajeto da São Silvestre, e voltarmos a realizá-la à noite, na virada do ano, o que dava a essa competição um charme singular e à cidade uma de suas mais ricas tradições? Além, claro, de oferecermos aos atletas melhores condições de desempenho.
Sim, porque o motivo da transferência de horário, segundo a Globo, era exatamente a falta de condições técnicas para uma boa transmissão à noite. Mas, ao preço ínfimo das lâmpadas chinesas, hoje, quem sabe?
Desta vez, sem alguns dos tradicionais participantes, como Fluminense, Flamengo e Botafogo. Isto é, praticamente todo o futebol carioca, que sempre fez bonito. Principalmente o Fluminense, o primeiro no ranking da história desse torneio.
Quanto ao Flamengo, basta dizer que foi numa Copa São Paulo que o Brasil conheceu Zico dando seus primeiros passos e passes no futebol.
Em contrapartida, teremos a China, que estréia contra o São Paulo. Correria, contra o tempo e o espaço. Mas um triste atalho que nos desvia de uma gratíssima tradição.
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Além de contratar o técnico Luxemburgo, levou Zetti e Dutra para a Vila e está seduzindo Evair, Ronaldão, Gonçalves e sei lá quantos mais.
Ao mesmo tempo, desfez-se, por uma quantia considerável, de Jamelli, um jovem atacante, revelado pelo Tricolor nessa mesma Copa, há alguns anos.
Jamelli chegou a ganhar fama, sobretudo depois que foi para o Santos. Mas, confesso, seu futebol nunca me entusiasmou. Sempre hesitou entre a meia e o comando do ataque, sem a necessária habilidade para a armação, nem a famélica decisão para o gol.
É o que o sábio Cilinho chamava de meia-colher.
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O Corinthians, depois de tantas cabeçadas, começa a pensar grande. E certo, quando pensa em André para a sua lateral esquerda. É o jogador ideal para uma posição que anda vaga desde quando Vladimir pendurou as chuteiras.
Se botar na roda o nome de Marcelinho Souza, é bem capaz de o São Paulo morder a isca. Nessas fases, o tricolor é mestre em negócios desse tipo.
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Por falar em São Paulo, além da perda de Muller (haja ou não a compensação desejada, o jogador já era), tudo indica que o tricolor perderá mais tempo e prestígio com a tentativa de se apoiar nos juniores de Darío Pereyra.
Já cansei de ver essa garotada jogar, e nenhum deles me entusiasmou o suficiente.
O que esse time precisa urgente e irremediavelmente é de um lateral-direito, nem que seja ao preço do Morumbi. O resto se ajeita com o que está lá.

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