São Paulo, domingo, 5 de janeiro de 1997
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GM põe fim à era dos enormes carros

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A General Motors decidiu suspender a produção de um tipo de carro que fez história nos EUA, os automóveis de grande porte.
São quatro modelos: Cadillac Fleetwood, Chevrolet Caprice Classic, Chevrolet Impala SS e Buick Roadmaster, todos produzidos numa fábrica em Arlington (Texas), que agora vai dar lugar à montagem de caminhões leves.
Segundo a assessoria de imprensa da GM americana, a procura por esses quatro veículos "não parava de cair".
A empresa também reconheceu que grande parte de seus clientes era constituída por homens de mais de 60 anos.
Nos últimos anos, os compradores de carros de luxo estavam aderindo progressivamente às marcas japonesas (Lexus, Acura e Infiniti) ou européias (Mercedes-Benz, BMW e Audi), em detrimento aos modelos norte-americanos.
Com uma aparência maciça e clássica, comprimento de até 5,71 m e peso de mais de duas toneladas (o Omega, maior carro brasileiro, mede 4,74 m e pesa 1.505 kg), esses veículos não conseguiram enfrentar a concorrência, que produzia carros menores e tecnologicamente mais modernos.
A suspensão traseira desses modelos era muito macia, seguindo o típico estilo norte-americano, propiciando pouca estabilidade.
Seus enormes motores de oito cilindros em V de 4.300 cc e 5.700 cc ofereciam suavidade de funcionamento, porém um consumo de combustível descomunal.
O consumo médio de gasolina, segundo testes oficiais, era de cerca de 5,9 litros/km, só possível em carros de países como os EUA, onde o preço do combustível é baixo.
A tração traseira, unida ao avantajado tamanho, também dificultava dirigi-los na época da neve, comum em grande parte dos EUA.
Com o desaparecimento desses quatro "dinossauros" e com a reformulação que a Chrysler fez há alguns anos, só alguns modelos do grupo Ford mantém as características das "banheiras" norte-americanos, como o Lincoln Town Car, o Ford Crown Victoria e o Mercury Grand Marquis.
Apesar disso, a GM continua o processo de modernização técnica e de design da sua linha nos EUA.
O máximo expoente dessa reformulação é o Cadillac Catera, apresentado há poucas semanas.
Seguindo a tendência de "europeização" das montadoras americanas, o Catera está sendo construído sobre a base do novo Omega, produzido na Alemanha pela filial européia da GM, a Opel.
"Com o Catera, queremos que a linha Cadillac seduza um público mais jovem", explicou o porta-voz da GM.

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