São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Venda de jóia cresce mais que faturamento

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A maior procura por jóias a preços mais baixos fez com que o faturamento das joalherias no ano passado ficasse abaixo do volume de vendas físicas.
O Conselho Mundial do Ouro -organismo que atua em 25 países e que tem como função promover o mercado aurífero- estima em 20% o crescimento na venda de jóias no país em 1996 sobre o ano anterior.
Para a Ajesp (Associação dos Joalheiros do Estado de São Paulo), o setor deve ter faturado 6% a mais em 1996 do que no ano anterior. Os resultados do setor ainda não foram concluídos, mas, em termos de peças vendidas, o aumento será de pelo menos 15%, diz José Rosembaum, presidente.
O gasto médio do consumidor, que era de R$ 350 a R$ 450 em 1995, caiu para R$ 200 no ano passado, segundo ele.
Essa diminuição, que já vinha ocorrendo durante o ano, se intensificou no Natal, afirma o presidente da Ajesp.
O faturamento das joalherias em dezembro deverá ser equivalente ao de igual período de 1995, apesar de as vendas terem crescido no mínimo 10%, avalia Rosembaum.
Natal nos shoppings
Joalherias ouvidas pela Folha, como Dryzun, Natan e Lívari, confirmam a demanda maior no Natal de jóias a preços acessíveis.
Com R$ 70, preço de um perfume sofisticado, é possível comprar, por exemplo, um pingente. Com um pouco mais, R$ 100, o consumidor pode comprar um par de brincos, em vez de adquirir um jeans de grife.
Foi o que ocorreu no Natal do ano passado. No shopping Iguatemi, as joalherias tiveram desempenho melhor do que as demais lojas.
O shopping registrou crescimento de 8% nas vendas em dezembro em relação a igual período de 1995. Já as joalherias venderam 30% mais nessa época, afirma Roberto de Carvalho, gerente-geral.
No shopping Ibirapuera, que tem 487 lojas, a maioria de vestuário, as 16 joalherias tiveram "excelente desempenho nas vendas" no Natal, diz Maria Elisabeth Mantovani, gerente de marketing.
Jóias econômicas
Na Natan, as vendas aumentaram 10% no Natal, afirma Sérgio Kimelplat, diretor.
Segundo ele, 50% da clientela, que a joalheria classifica como B, é nova.
A loja oferece aos clientes pagamento em até cinco vezes. "Cresceu a venda de jóias mais econômicas", considera Kimelplat.
No caso da Natan, isso representa gastos de R$ 300 a R$ 1.000, já que a joalheria vende produtos mais sofisticados.
Os novos consumidores são aqueles que, há pouco tempo, nem ousavam entrar em uma joalheria. Para eles, tratava-se de um produto para as classes de alto poder aquisitivo.
Os joalheiros, que já haviam registrado aumento de 40% no ano retrasado na venda de jóias de até R$ 1.000, segundo dados da Ajesp, constataram, no ano passado, que uma nova fatia da classe média contribuiu para a expansão do mercado.
Cartões de crédito
Segundo Rosembaum, da associação dos joalheiros, aumentou em 50% no ano passado o número de vendas parceladas.
O crescimento desse setor do varejo, afirma, já está despertando a atenção das administradoras de cartão de crédito.
A Visa, diz o presidente da Ajesp, se associou a cerca de 30 joalherias da entidade para permitir o pagamento em até cinco vezes no cartão, sem acréscimo para o consumidor.

Texto Anterior: Mercados são recuperados
Próximo Texto: Lojas ampliam suas ofertas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.