São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Promoção de feiras vive momento de expansão

Mais de 20 empresas atuam na organização de eventos no país

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Fazer feiras no Brasil virou um grande negócio. Segundo a Ubraf (União Brasileira dos Promotores de Feiras), mais de 20 empresas atuam na organização desses eventos no país.
As feiras consideradas de grande porte -que chegam a receber mais de 100 mil visitantes- já somam cerca de 30 eventos anuais só no Estado de São Paulo.
Os números desse mercado são trancados a sete chaves. As empresas organizadoras dificilmente revelam seu faturamento.
O que se divulga são números de expositores e visitantes dos eventos. Só para ter uma idéia, a Comdex-SP, uma das maiores feiras de informática do país, ocupou 36 mil m2 do Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, no ano passado, teve 650 expositores e recebeu 158 mil visitantes.
Sigilo
O mesmo sigilo encobre o resultado final dos negócios movimentados em uma grande feira.
"É difícil precisar esse volume de negócios. Eles podem ser fechados nesses locais, mas os lucros são colhidos depois", afirma José Rafael Guagliardi, diretor-superintendente da Alcantara Machado, promotora de feiras.
A empresa, que existe há 40 anos, realiza de 15 a 20 eventos de grande porte por ano. "Não existem anos melhores ou piores. Os grandes eventos bienais são intercalados, o que garante bons resultados todos os anos", diz Guagliardi.
Já a Guazzelli Associados, empresa organizadora de eventos que está no mercado há 20 anos, afirma ter diferenças no faturamento de anos pares e ímpares.
"Anos ímpares são melhores. No ano passado, faturamos 30% menos que em 1995. Mas, para 1997, a projeção é crescer 100% sobre 1996, o que dá um crescimento real de 40%, se comparado ao ano ímpar anterior", afirma Eduardo Guazzelli, diretor da Guazzelli Associados.
A Guazzelli fez nove feiras no ano passado. Em 1997, 14 eventos estão programados. Grande parte é de feiras técnicas, para segmentos industriais e comerciais. "Os melhores filões agora são os de informática, telecomunicações e franchising."
Vacas magras
Durante os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, os grandes centros de feiras e congressos ficam desertos.
Nesse período, alguns proprietários alugam os pavilhões para festas ou empresas. Outros preferem apenas deixá-los fechados.
"Fazer eventos nessa época é difícil. Não tem ninguém na cidade", afirma Guazzelli. "Alguns até funcionam, como a Couromoda. Mas são poucos."
Segundo Sérgio Medina Pasqualin, diretor comercial do Expo Center Norte (que reúne vários pavilhões para feiras na zona norte de São Paulo), esses três meses representam cerca de 25% do movimento anual.
"Não é pouco. Existem projetos para diminuir essa ociosidade. As opções atuais são alugar os pavilhões para empresas e festas de fim de ano."
Mesmo com essa ociosidade, o movimento dos pavilhões vem registrando crescimento nos últimos meses. "No ano passado, crescemos 37% em relação a 1995", diz Pasqualin. Em 1996, o Expo Center Norte sediou, pela primeira vez, uma Bienal do Livro.
Já o Mart Center afirma estar contornando bem o problema. "Temos feiras de Natal no fim do ano e uma de moda infanto-juvenil em janeiro", diz Ana Lúcia Teixeira, gerente comercial do Mart Center. "É apenas uma questão de se programar melhor."
Para 97, as principais feiras que acontecerão em São Paulo estão programadas para meados do primeiro semestre e início do segundo. Entre elas, estão a UD (utilidades domésticas), em abril; a Fenit (setor têxtil), em junho; a Fenasoft (informática), em julho; a Comdex (informática), em agosto, e Cosmética em setembro.

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