São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997 |
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Man or Astro-Man?, o melhor de 96
ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
Mas como otimismo e boa vontade foram, são e sempre serão as marcas registradas desta coluna, um árduo trabalho de garimpagem nos possibilita listar os dez melhores álbuns do ano passado. Talvez esta seja a única relação de melhores do ano da imprensa mundial que não menciona "Odelay", a "obra-prima" do "gênio" Beck, nem "Different Class", dos "dândis" do Pulp. Vamos pela ordem: 1º: "Experiment Zero", Man or Astro-Man? Disco que marcou a entrada do Man or Astro-Man? para a Touch and Go, gravadora independente, mas com esquema razoável de distribuição. Surf music, letras sobre alienígenas e planetas inabitados fazem a receita dessa banda, que se nega a levar o rock a sério. 2º: "Now I Got Worry", The Jon Spencer Blues Explosion Cada vez mais resoluto no seu objetivo de unir rock e blues, para depois estraçalhar a mistura, Jon Spencer lançou em 96 seu álbum mais seguro. 3º: "White Light, White Heat, White Trash", Social Distortion Punk californiano das antigas, revitalizado em 96. Canções sobre gente cansada, amizades dissolvidas, ruas que são contramão. Sem falar num cover emocionante de "Under My Thumb", dos Stones. 4º: "High/Low", Nada Surf Mar de guitarras, letras desesperadas. A melhor surpresa do ano. 5º: "House of GVSB", Girls Against Boys Baixo cavernoso, vocais aparentemente fora de tempo, rock tumultuado e com muito barulho. 6º: "From the Muddy Banks of the Whishka", Nirvana Rock and roll em estado bruto. Impossível exigir mais. 7º: "We are Urusei Yatsura", Urusei Yatsura Quem acha Green Day e Offspring punk precisa ouvir Urutsei Yatsura, bando de loucos vindos da Escócia. 8º: "Electric Larryland", Butthole Surfers Sem ceder um milímetro nas suas caóticas concepções musicais, os veteranos Butthole Surfers chegaram ao grande público em 96. Antes tarde etc. etc. etc. 9º: "Dust", Screaming Trees Trilha sonora para estradas solitárias, pela banda menos exibicionista da cena de Seattle. 10º: "Down on the Upside", Soundgarden Heavy metal com sensibilidade e inteligência, embalado pelos vocais poderosos de Chris Cornell. E uma menção mais do que honrosa para "No Code", do Pearl Jam. Na definição da revista inglesa "Q", "No Code" foi o disco que, ironicamente, transformou o Pearl Jam numa banda mais acessível porém menos popular. Melhor assim. Texto Anterior: Camisa começou com um compacto Próximo Texto: Tatuagens dão as caras no verão Índice |
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