São Paulo, segunda-feira, 6 de janeiro de 1997
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Porto vira patrimônio da humanidade

PASQUALE CIPRO NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

No dia 4 de dezembro, a Unesco declarou a cidade do Porto patrimônio da humanidade. Estive lá de 30 de novembro a 3 de dezembro.
Perdi a festa. Ao meio-dia do dia 4, os sinos das monumentais igrejas portuenses soaram, anunciando a boa nova. Restou-me ver pela televisão, em Lisboa.
O título foi dado basicamente pelo casario do centro e pelo conjunto arquitetônico da "Cidade Invicta". O Porto é a quarta cidade de Portugal a receber esse título. As outras são Sintra, Évora e Angra do Heroísmo, nos Açores.
Ir ao Porto é uma experiência inesquecível e, a bem da verdade, imprescindível.
O espírito e a alma agradecem. O corpo, também. De trem ou de avião, a chegada é emocionante. É impossível esquecer a vista da cidade, com o Douro e suas pontes, destacando-se a de Dom Luís 1º, e as imponentes torres das igrejas.
Depois de instalado em um dos bons hotéis, é imperativo caminhar, subir e descer as ladeiras, embrenhar-se pelas ruas e becos, comer ótimos doces em uma das tantas pastelarias e, à noite, admirar o efeito das luzes amarelas nos edifícios da região central.
Também é fundamental atravessar a ponte de Dom Luís 1º a pé e depois, já em Vila Nova de Gaia, na outra margem do Douro, extasiar-se com o panorama do Porto.
É preciso fazer isso duas vezes: uma durante o dia e outra à noite. Visitar as caves do vinho Porto, em Vila Nova de Gaia, também é passeio obrigatório.
História
A história do Porto se confunde com a de Portugal, a começar pelo nome do país.
Na época da expansão do Império Romano, organizou-se na região um porto fluvial e importante centro comercial, chamado Portus Cale. Com o declínio de Roma, a cidade foi dominada por alanos e visigodos e, mais tarde, em 716, pelos mouros.
Já no século 5º a região toda era chamada de Portocale. Em 997, os cristãos recapturaram a cidade, que passou a capital do Condado de Portucalia.
Apesar de a nação portuguesa ter seu berço em Guimarães, cidade próxima ao Porto, o nome do país, Portugal, vem justamente de Portus Cale, "terra portucalis".
Patrimônio da humanidade
Entre os monumentos arquitetônicos da cidade do Porto, destacam-se a igreja e a torre dos Clérigos, do século 17, em estilo barroco, a Sé e a igreja de São Martinho de Cedofeita, ambas românticas e do século 12, a igreja de São Francisco, dos séculos 14 e 15, gótica, o Palácio da Bolsa, do século 19, com seu Salão Árabe, inspirado no Palácio de Alhambra, de Granada, além de todo o conjunto de casas e edifícios do centro e da ribeira.
O título deve ajudar a cidade a receber mais verbas de organismos internacionais, especialmente europeus.
Espera-se a restauração do centro histórico, que, apesar de deslumbrante, padece de alguns males típicos dos grandes núcleos urbanos, como sujeira e degradação.
Como consequência imediata, a cidade espera o aumento do fluxo de turistas, já bastante considerável. Britânicos, italianos e espanhóis são os mais numerosos.
O Porto é a segunda cidade do país, e sua influência comercial chega até a Galiza, no norte da Espanha. É ponto de partida para visitas a várias cidades portuguesas e espanholas turisticamente importantes, como Bragança, Amarante, Braga, Guimarães (candidata ao título da Unesco), Vila Real, Viana do Castelo, Vigo, Santiago de Compostela, La Corunha.
Como chegar
A TAP e a Varig têm vôos diários para o Porto. A tarifa de ida e volta, até 31 de janeiro, é de US$ 1.329. De 1º a 28 de fevereiro, é de US$ 1.070. Na TAP é possível fazer reserva em hotéis e alugar um carro, com tarifas supereconômicas.

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