São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Excesso de gente 'implode' cidades

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

A superlotação da Baixada Santista "implodiu" a infra-estrutura de serviços das cidades da região no início da temporada de verão.
O período entre o Natal e o Ano Novo fez com que se tornassem críticos problemas como abastecimento de água, coleta de lixo e atendimento médico.
A quantidade de carros que desceram para o litoral pelas rodovias Anchieta e Imigrantes bateu um recorde histórico, segundo a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) -608.816 veículos na semana anterior ao Ano Novo, contra 521.768 no mesmo período do ano passado e 510.187 em 94.
Se considerada uma média de três pessoas por veículo, mais de 1,8 milhão se distribuíram entre as cidades do litoral no período.
A cidade que mais sofreu com a carência de infra-estrutura foi Bertioga (leia ao lado). Depois, os três municípios do litoral sul (Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe).
Em Praia Grande (82 km ao sul de São Paulo), o prefeito Ricardo Yamauti (PMDB) só pôde tomar banho antes de comparecer à cerimônia de sua posse porque o prédio onde mora foi abastecido por um caminhão-pipa.
Peruíbe
O prefeito de Peruíbe (135 km ao sul de São Paulo), Alberto Sanches Gomes (PSDB), disse que no dia 1º de janeiro já não havia mais medicamentos no pronto-socorro da cidade.
Na última sexta-feira, o pronto-socorro local, que trabalha com equipe de três médicos, fez mais de 500 atendimentos, informou Gomes. Numa condição de saturação, segundo Gomes, pode atender 300 em um mesmo dia.
"Temos de mendigar vagas na Santa Casa de Santos e nos hospitais das outras cidades."
Segundo Jacob Koukdjian Filho (PFL), prefeito de Mongaguá, os cinco caminhões que recolhem o lixo da cidade não conseguiam mais realizar o trabalho sem deixar as ruas sujas.
"Tivemos de contratar caminhões e pessoal adicionais."
Nas cidades maiores da região, como Santos e São Vicente, o reflexo da explosão da população flutuante apareceu na saúde.

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