São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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CPMF acirra concorrência entre bancos

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) está acirrando ainda mais a concorrência entre os bancos. Para atrair a clientela, eles deverão divulgar medidas diferenciadas para as contas de poupança trimestral e lançar novas aplicações de longo prazo.
A iniciativa de transformar a conta de poupança mensal em trimestral será do cliente, afirmam bancos ouvidos pela Folha que já definiram as condições da poupança trimestral -criada pelo governo exclusivamente para pessoas físicas.
Nesse tipo de aplicação, o crédito será feito de 90 em 90 dias, mas será contabilizado mensalmente sobre o menor saldo de cada mês.
O Banco Real irá lançar no dia 27 a "poupança bonificada". O banco irá creditar os rendimentos mesmo se o saque for efetuado em um período menor de 90 dias.
Exemplo: se uma pessoa sacar os valores em 34 dias, o banco irá pagar juros relativos a um mês de aplicação. Mas, nesse caso, o cliente pagará a CPMF.
Se o saque for efetuado após 90 dias, além dos rendimentos, o Real pagará ainda ao cliente 0,2% do montante do saque, que corresponde ao valor da CPMF, informa Fernando Sá, gerente-geral de captação.
Os clientes que não transformarem suas cadernetas mensais na "bonificada" pagarão a CPMF nos saques de depósitos, diz.
O Real também não irá cobrar a transferência de recursos entre contas correntes que tenham os mesmos titulares (até dois, conforme determina o Banco Central).
"Inicialmente, não cobraremos essas transferências. Mas vamos analisar como o mercado vai atuar nesse sentido", afirma Sá.
"Hora da poupança"
Segundo ele, o Real recebeu nos dois primeiros dias úteis de janeiro R$ 43 milhões em depósitos de poupança, o que representa crescimento de 1,8% em relação a dezembro. "A captação nesses dias foi muito expressiva. É a hora da poupança", diz.
Já o Banco do Brasil não irá creditar rendimentos na poupança trimestral para os saques que forem efetuados em um prazo inferior a esse limite, afirma Douglas Macedo, gerente-executivo de produtos e serviços do BB.
O banco irá compensar a CPMF no saque da poupança trimestral efetuado após esse prazo.
O BB não deverá cobrar também a CPMF no caso de transferência da poupança mensal para a trimestral, que é uma opção do cliente, diz Macedo.
O banco também está apostando nas aplicações de longo prazo. Em novembro, ele relançou o "BB Replic", aplicação trimestral vinculada à TBF (Taxa Básica Financeira).
"O investimento foi relançado em função da CPMF. A tendência é de aplicações em prazos mais longos. Vamos lançar outras aplicações de 90 dias, oferecendo facilidades aos clientes", afirma.
O saldo do "BB Replic" aumentou R$ 600 milhões em dezembro sobre o mês anterior -crescimento de 8%, informa o gerente.
Ainda em estudo
A maior parte dos grandes bancos de varejo ouvidos pela Folha -Bradesco, Itaú, Unibanco, Excel e Bamerindus- ainda está definindo as regras da poupança trimestral e de outras aplicações.
O Itaú divulgará as modalidades na próxima semana. O Bamerindus deve anunciá-las hoje.

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