São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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São Paulo 'fabrica' substituto de Muller

ARNALDO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Conformado com a saída do jogador Muller, que tenta na Justiça a sua liberação para jogar no Perugia, da Itália, o técnico Muricy Ramalho, do São Paulo, já escolheu o seu substituto no ataque.
Como o clube está sem dinheiro para fazer contratações, o treinador decidiu adaptar o meia Denílson na função que era de Muller.
Na verdade, perder Muller comprometeu todos os planos de Muricy, que pretendia transformar o atleta no novo líder e capitão da equipe, após a saída de Zetti.
Escolher Denílson para sucedê-lo foi apenas uma solução "caseira" encontrada pelo técnico.
"O Denílson tem todas as condições de desempenhar a função do Muller. Precisa só aprender a fazer gols. Neste ano, vai jogar solto, próximo ao ataque", disse Muricy.
Denílson não esperava tanta responsabilidade na volta das férias.
"Vou atuar na função em que gosto e fazer o melhor possível para aprimorar os chutes e as cabeçadas. Acho que fiz apenas uns quatro gols na minha carreira", disse.
Além da adaptação de Denílson, Muricy reintegrou o atacante Dodô e irá observar o jogador Douglas, que veio do Botafogo-SP para um período de testes.
Batalha judicial
O departamento jurídico do São Paulo entra hoje no Tribunal Regional do Trabalho com um pedido para anular a liminar conseguida por Muller, com auxílio do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado, que garante ao atleta o atestado liberatório para se transferir para o Perugia.
O clube alega que Rinaldo Martorelli, presidente do sindicato dos jogadores, é juiz classista da Junta de Conciliação e Julgamento da Capital -órgão que concedeu a liminar ao jogador- e, portanto, não poderia julgar a questão, sendo parte interessada no processo.
Os advogados do São Paulo entendem também que a nova resolução do passe, que daria liberdade a Muller e aos demais atletas com mais de 30 anos a partir deste ano, só entrará em vigor em 1998.
Por último, vão alegar que Muller recorreu à Justiça Comum antes de que o mérito fosse esgotado na Justiça Desportiva, fato que a Fifa impede.
"Além de perder a causa, o Muller pode ser punido", disse o diretor do departamento jurídico do São Paulo, José Paulo Leal.
Na verdade, o São Paulo aceita ceder o jogador desde que seja por, no mínimo, US$ 2 milhões.
O problema é que Muller pretende pagar apenas US$ 1,27 milhão, já depositados em juízo. Esse valor, segundo o sindicato dos jogadores, corresponderia à multa de rescisão de contrato do atleta.
Dificilmente o caso será resolvido antes de 30 de janeiro, quando se encerram as inscrições na Itália.

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