São Paulo, terça-feira, 7 de janeiro de 1997
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Exército promete ficar de fora de protestos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os estudantes sérvios receberam garantias do chefe do Exército do país de que suas tropas não intervirão nos protestos contra o governo do presidente Slobodan Milosevic.
Uma delegação de estudantes foi recebida pelo general Momcilo Perisic no quartel-general do Exército. Ele disse aos estudantes que, pela Constituição, militares não interferem em assuntos políticos.
O militar afirmou ser a favor de uma solução democrática para a crise.
Os estudantes fazem há setes semanas, paralelamente à coalizão oposicionista Zajedno (Unidos), manifestações diárias contra a anulação pelo governo socialista de eleições locais vencidas pela oposição em novembro.
Natal
A manifestação de ontem foi marcada pela comemoração do Natal, celebrado hoje pelos ortodoxos sérvios.
A oposição fez um protesto na praça da República, de onde saiu uma marcha para a missa da meia-noite na igreja de São Sava.
Segundo estimativas, mais de 250 mil pessoas participaram do protesto, que, de acordo com testemunhas, foi o maior desde o início das manifestações.
A tensão em Belgrado aumentou ontem por causa da explosão de uma bomba na sede do partido Esquerda Unida, que integra o bloco governista.
Segundo a polícia, a bomba foi atirada no local, causando danos materiais, mas sem deixar vítimas.
O líder oposicionista Vuk Draskovic disse que o incidente foi encenado, e representava uma "tentativa desesperada" do governo de permanecer no poder.
Garantia
O líder estudantil Dusan Vasiljevic disse que o general Perisic prometeu" não repetir 1991", quando Milosevic colocou tanques nas ruas de Belgrado para reprimir manifestantes que reivindicavam reformas democráticas.
Após o encontro com Perisic, os estudantes foram recebidos pelo ministro do Interior sérvio, Zoran Sokolovic.
Ele se recusou a suspender a proibição de que as marchas ocorram nas ruas de Belgrado, imposta em 24 de dezembro após confrontos entre oposicionistas e simpatizantes do governo. Desde então, as manifestações têm ficado restritas a praças e áreas de pedestres.
Uma comissão internacional concluiu que a oposição venceu em 15 das 18 maiores cidades da Sérvia no pleito realizado em 17 de novembro e exigiu o reconhecimento imediato do resultado.
O governo admitiu a derrota em algumas cidades pequenas, mas considerou que, na maior parte delas, ninguém obteve maioria ou os resultados não são conclusivos.

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