São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Vaccarezza tenta licença sem vencimento para abafar crise

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-geral do PT, Cândido Vaccarezza, tenta obter uma licença não-remunerada da Prefeitura de São Paulo para manter-se em seu cargo no partido.
Vaccarezza é médico concursado da Prefeitura de São Paulo e durante nove meses do ano passado foi funcionário "fantasma" do gabinete da presidência da Câmara Municipal de São Paulo, à época ocupada pelo vereador malufista Brasil Vitta.
Em conversa com José Dirceu, presidente do PT, Vaccarezza acertou anteontem que tentaria a licença para esvaziar o clima de constrangimento causado pela revelação do emprego "fantasma" no gabinete malufista.
Na conversa, Dirceu expôs que uma das possibilidades em estudo no partido para acabar com a crise seria um pedido de demissão de Vaccarezza, acompanhado de elogios ao secretário pelo ato que evitaria mais prejuízos à legenda. Vaccarezza descartou a fórmula.
O dirigente admitiu que errou, mas que, se deixasse o cargo agora, "passaria recibo" público de improbidade, o que ele acha que não ocorreu.
Outra hipótese eliminada por Vaccarezza foi licenciar-se da secretaria do PT enquanto não resolvesse sua situação funcional.
No fim, Dirceu e Vaccarezza negociaram o texto de uma nota em que Dirceu defende o secretário, mas considera um "erro político" o comissionamento no gabinete de Vitta e, ainda, remete a decisão do caso para a Executiva petista.
Vaccarezza acha que, se conseguir a licença na prefeitura, esvaziará a pressão pela renúncia. Dirceu passou parte do dia de ontem telefonando para parlamentares petistas, a fim de medir a reação partidária ao escândalo.
Desde 30 de dezembro a reportagem da Folha tenta sem sucesso falar com Dirceu sobre o caso.

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