São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
Próximo Texto | Índice

Chuva deixa pelo menos 60 mil sem casa

DA AGÊNCIA FOLHA, DO ENVIADO ESPECIAL E DA SUCURSAL DO RIO

O número de desabrigados em consequência das chuvas já chega a pelo menos 60 mil pessoas em três Estados do país.
Em Minas Gerais, o mais castigado pelas enchentes, já foram contabilizados 76 mortos em 179 municípios. Até a tarde de ontem, a Defesa Civil contava 42.807 pessoas desabrigadas. Outras 4.844 estavam ilhadas. O número de desabamentos era de 541 e 15.992 residências haviam sido alagadas ou atingidas por soterramento.
O 5º Distrito de Meteorologia informou que as chuvas devem continuar em Minas Gerais, mas com muito menos intensidade.
No Espírito Santo, segundo o governo do Estado, os desabrigados são 6.160 em nove municípios, localizados, principalmente, em áreas fronteiriças com Minas e Rio. Não há registro de mortes.
Ao contrário desses Estados, no Rio de Janeiro, Defesa Civil e governos municipais divulgam dados discrepantes sobre o número de desabrigados -estimados pelo órgão estadual em 10 mil a 12 mil pessoas.
Segundo os municípios, porém, o número é subestimado. Só a soma das vítimas de Cardoso Moreira e Campos atingiria 15 mil pessoas. O governo estadual considera que cerca de 150 mil moradores teriam sido afetados, de alguma forma, pelos temporais.
A pior situação é a da cidade de Cardoso Moreira, que teve mais de 95% de sua população (cerca de 11 mil habitantes) expulsa de casa pela cheia do rio Muriaé. Faltam água e comida para os desabrigados e as residências, abandonadas, estão sendo saqueadas.
Não há luz nem telefone. Prefeitura, igrejas, correio, fórum, colégios e bancos estão debaixo da água. Não ocorreram mortes, mas o risco de epidemias de dengue e leptospirose é sério. As doações são insuficientes. "As pessoas ainda não entenderam a dimensão da tragédia", afirmou Rubem César Fernandes, do Movimento Viva Rio.

LEIA MAIS sobre as chuvas na pág. 3-3

Próximo Texto: MG tem suspeita de leptospirose
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.