São Paulo, quarta-feira, 8 de janeiro de 1997
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Importados forçam a queda de preços

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os preços dos tecidos, roupas e calçados deverão cair neste ano mais do que os de outros produtos, na análise da Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Mônica Hage, economista da federação, diz que essa queda é consequência da concorrência com os artigos importados, que está cada vez mais acirrada.
"Ainda vemos algumas discrepâncias de preços, que precisam ser corrigidas."
Em 1996, conta ela, os preços já caíram. No caso dos tecidos, a queda foi de 13,82% sobre 1995, e nos calçados, de 15,31%.
Para Sheila Santana, gerente de marketing da Gregory, rede especializada em roupas femininas, com 34 lojas, a simples estabilização de preços já é uma boa notícia para o consumidor.
Na Gregory, conta ela, os preços caíram em torno de 20%, em média, de 1994 até agora.
Para Adriana Camello, gerente de marketing da Confecções Camelo, que vende roupas masculinas, a tendência é de os preços se manterem ou caírem neste ano.
O aumento na escala de produção também está propiciando redução de preços, diz Anderson Birman, sócio-proprietário da Arezzo, fabricante de calçados que tem 72 lojas franqueadas no país.
A Arezzo, conta, cobrava em janeiro de 1994 R$ 79,90 por um par de sapatos. Hoje, o mesmo par custa R$ 69,90 ou 12,5% menos.
Em 1996, a Arezzo produziu 1,8 milhão de peças -6% a mais que o fabricado em 1995. A previsão para este ano é bater em 2 milhões de peças.
Os preços dos produtos considerados commodities -como os sapatos básicos-, diz ele, deverão cair ainda mais neste ano.
"Vai dar para ter maior margem de lucro nos produtos exclusivos -aqueles pelos quais o consumidor não se importa em pagar mais."
A rede de lojas VR, que atende o público masculino, informa que está trabalhando com artigos que têm preços mais acessíveis do que no ano passado.
Alexandre Brett, diretor-geral, diz que a coleção de verão da VR deste ano está 10% mais barata, em média, do que a do ano passado.
Para ele, essa tendência de queda deve se manter ao longo deste ano. Na Vitia, rede de lojas de roupas femininas, os preços da roupas caíram 20% desde o início do real até agora, informa Viktor Vitia, sócio-proprietário.
Para ele, o principal motivo dessa queda é a concorrência com os artigos importados. "A tendência é de os preços caírem ainda mais."

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